Não pergunte o que você pode fazer pelo seu ídolo, mas sim o que ele pode fazer por você. Essa parece ser uma mensagem que ressoa fortemente com os ARMYs, o nome oficial dos fãs do grupo de K-Pop BTS.

Mês passado, a sensação musical global teve fãs de Singapura se enfileirando durante cinco dias, antes mesmo das vendas dos ingressos para o show da turnê BTS World Tour: Love Yourself começassem — uma prova da imensa popularidade de RM, Jin, SUGA, J-Hope, Jimin, V e JungKook.

No Billboard Music Awards de 2017, o BTS se tornou o primeiro grupo de K-Pop a vencer um prêmio quando eles conquistaram o prêmio Top Social Artist de 2017. A revista TIME nomeou o grupo como “uma das pessoas mais influentes da internet” no mesmo ano.

Este ano, o grupo se tornou embaixador da UNICEF, atingiu o primeiro lugar na lista de Celebridades Coreanas Poderosas, da Forbes, e a sua lista de conquistas persiste.

Mas o que faz a música desses jovens tão especial?

Seus fãs em Singapura compartilharam conosco o porquê do grupo ser o número um aos seus olhos, tendo relação com a destreza do BTS ao discutir tópicos sensíveis que estão próximos ao coração dos adolescentes.

A estudante Esther Yau, de 14 anos, disse: “As duas músicas (“The Truth Untold” e “Answer: Love Myself”) nos ensinam a nos amar apesar da nossa aparência física. As músicas falam sobre nos aceitar, sem hesitação, por quem nós somos. Eu costumava me sentir muito inferior em relação à minha aparência porque muitos dos meus familiares e amigos tinham apontado que eu tenho o rosto inchado e testa alta. Mas após ouvir ambas as músicas, eu passei a perceber que eu não preciso me importar com como as outras pessoas me viam, contanto que eu me amasse com meus próprios olhos. O BTS me ensinou verdadeiramente a me amar, não importa quantas falhas eu tenha por fora.”

Além de inseguranças e complexo de inferioridade, ela disse que o BTS também escreveu músicas sobre alguns tópicos considerados tabu, como automutilação, bullying, e estresse gerado pelo processo acadêmico. A automutilação é definida como uma lesão intencional e direta ao tecido corporal, feita sem intenções suicidas.

Esther disse: “Em algumas de suas músicas, eles mencionaram automutilação, que é considerado tabu na mídia coreana. Os integrantes empurraram os limites da mídia internacional e reconheceram que esse é um problema não só na Coreia, mas mundial também. Eu tenho amigos que entraram na automutilação por causa de estresse acadêmico e em casa, e eles tentavam esconder suas cicatrizes antes de virem para a escola. Mas suas jaquetas de manga longa só aumentavam a desconfiança dos professores. Ouvir as músicas do BTS ajuda os adolescentes a aliviar o estresse por enfrentarem problemas (que eles não podem contar ao seus pais.)”

Para Naoko Yabuki Tan, de 15 anos, foram com músicas como “Seesaw” e “Lost” que ela se identificou mais emocionalmente.

“Seesaw” descreve como estar apaixonado é semelhante à estar sentado em uma gangorra, com naturais altos e baixos. Portanto, sentir qualquer coisa ao extremo se tornou menos difícil quando Naoko procurou encorajamento através da música em que normaliza sentir essas emoções.

A estudante disse, “Eu também nunca me cansei da música “Lost”, porque muitos jovens como eu estão em uma fase em nossas vidas onde nos sentimos presos e em que não sabemos o que fazer. A música é realmente encorajadora porque te diz que você irá achar um caminho ao final da estrada.”

Entretanto, as músicas favoritas da estudante de 15 anos Isabelle Chan são “IDOL” e “Anpanman”.

“A letra de “IDOL” me ajudou a aprender que eu não preciso tentar ser outro alguém ou ser falsa. Depois de ouvir essa música, eu, na verdade, consegui fazer novos amigos apenas sendo eu mesma. Também tem essa frase em “Anpanman” que diz ‘Eu não tenho um super carro como o Batman, meu ideal é realmente um herói legal’. Isso me diz que não importa sua idade ou gênero, você não precisa de super poderes para ajudar alguém que precise,” ela disse.

Fonte: AsiaOne
Trans eng-ptbr: jumaria @ btsbr