BTS: The Review — Analisando o fenômeno BTS além da narrativa do K-Pop

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BTS: The Review — Analisando o fenômeno BTS além da narrativa do K-Pop

Para o seu novo livro, o crítico musical Kim Yeong-dae revisou todas as músicas nos 16 álbuns lançados pelo grupo sul-coreano BTS. Em entrevista por e-mail com o Hankyoreh, Kim disse, “As pessoas analisando os fatores por trás do sucesso do BTS focam somente nos recordes que estabeleceram, o dinheiro que fizeram e as coisas que conquistaram. A maior parte dos relatos na imprensa sul-coreana são sobre a resposta que o grupo recebeu no exterior, também. Mas acho que limitar o sucesso do BTS ao K-Pop ou à “onda coreana” é uma leitura equivocada das tendências atuais. Eu venho acompanhando o BTS desde 2014, e parece mais um fenômeno musical do que qualquer outra coisa; é um novo fenômeno que vai além do K-Pop. Em meu livro, eu mergulhei profundamente na música do grupo porque acho que é nela que as respostas podem ser encontradas.”

Essa foi a inspiração para o livro de Kim, “BTS: The Review”, publicado pela editora RH Korea no dia 20 de março. Kim, que estuda as tendências do K-pop e música pop dos Estados Unidos há mais de dez anos, em Seattle, revisitou todas as músicas dos 16 álbuns que o BTS lançou até agora e analisou o fenômeno BTS nos Estados Unidos se baseando em observações pessoais. Ainda que muitos livros tenham sido escritos sobre o BTS, poucos tiveram o foco voltado para a música do grupo em si.

Por exemplo, veja o olhar de Kim sobre “FAKE LOVE”, um dos maiores sucessos do BTS: “A mensagem de uma realização dolorosa sobre o amor emprega a depressão inerente do gênero “emo hip-hop” para conquistar uma consistência musical que dá à música uma beleza unicamente trágica que é rara não só na obra do BTS mas no K-Pop contemporâneo (também).” Um código QR está incluso ao lado das capas dos álbuns para que os leitores possam ouvir às músicas enquanto leem as críticas de Kim.

Kim oferece a seguinte visão sobre o que está por trás do fenômeno BTS: “É porque eles conseguiram ultrapassar as “deficiências” do K-pop ao mesmo tempo que mantêm tudo que faz (do gênero) tão atraente. De um lado, eles atingem com o perfeição o trio música, beleza e performance; de outro, eles escapam as limitações de ‘músicas de idols’ com letras que são profundas e tocantes em nível universal, independente de nacionalidade, etnia e idade, bem como narrativas literárias e filosóficas e uma atitude sincera. O charme cru e despojado, que não é encontrado com frequência no K-pop — que tende a ser elegante e polido como parte de um design friamente calculado —, parece ser outra grande razão pela qual o grupo recebeu tanta adoração do público norte-americano, devido ao alto nível de exigências em relação à sinceridade que essa audiência possui.

O livro de Kim também traz entrevistas com uma diversa gama de experts, incluindo Kim Bong-hyeon, jornalista especialista em hip-hop; Brother Su, compositor; Shin Hyeong-cheol, crítico literário; Kim Chang-nam; membro votante do Korean Popular Music Awards; Jeff Benjamin, colunista da Billboard; Lim Hyung-joo, tenor de ópera-pop e membro votante para o Grammy Awards; e Chae Myeong-ji, que administra uma conta de traduções para o conteúdo do BTS.

O que Kim prevê para o futuro do BTS? “Até agora, o sucesso que o BTS tem feito nos Estados Unidos vem sendo apoiado por um fandom majoritariamente composto por jovens atentos às tendências atuais. Porém, acredito que este ano será um momento decisivo e crucial para o grupo conquistar os holofotes no mercado de massa. O novo álbum e faixas-título que estão prestes a serem lançados provavelmente irão quebrar os recordes atuais deles, e também acredito que eles podem se tornar o primeiro grupo de K-pop a serem indicados em uma categoria principal do Billboard Music Awards, que estritamente reflete o sucesso no mercado de música pop. Alguns focam em músicas capazes de criar uma ‘sensação’ com as massas, como ‘Gangnam Style’, do Psy. Mas acho que, mais importante do que fazer músicas conscientemente populares sem uma identidade definitiva, é fazer músicas que ressonam profundamente com o tipo de fandom que sustenta o fenômeno BTS até agora, enquanto trata, simultaneamente, de coisas que preocupam os jovens de hoje.”

Fonte: Hankyoreh

Artigos | por em 29/03/2019
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