[NEWS] BTS mostrou que o K-Pop pode funcionar nos EUA… Caso mantenha-se fiel ao K-Pop

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[NEWS] BTS mostrou que o K-Pop pode funcionar nos EUA… Caso mantenha-se fiel ao K-Pop

A triunfante apresentação da boyband sul-coreana no American Music Awards prova o apelo universal pela peculiaridade cultural.

A apresentação mais comentada da noite de domingo no AMAs foi trazida por artistas que não estavam nem indicados a um prêmio. Foi um momento histórico para o BTS, o septeto que deixou a plateia aos choros, fez Ansel Elgort suspirar como um grande fã e aparentemente o mundo inteiro tweetando a hashtag #BTSxAMAs. (Que posteriormente foi anunciada como o maior engajamento de um grupo musical na plataforma do Twitter, o que rendeu um lugar para o grupo no livro dos recordes.) E mesmo não estando acompanhando à premiação ao vivo, sei de tudo isso pois meu telefone não parava de tocar com mensagens como “Quem é BTS?” de meus amigos não-coreanos.

Então, quem é BTS? Conhecidos formalmente como “Bangtan Boys”, o grupo é um septeto sul-coreano formado por três rappers e quatro cantores, todos em seus 20 anos. Suas letras são quase todas inteiramente apresentadas em coreano sobre batidas eletrônicas que vagamente segue tendências americanas. É viciante, ainda não memorável. Os integrantes são um tanto quanto indistintos (salvo por RM, que é o único fluente em inglês), mas eles são fortes e sem-costuras como coletivo. Comparado com os melhores artistas de K-Pop da última década por aí, eles são decididamente indescritíveis e medianos. Mas quem eles são é muito menos importante do que eles representam: os quebradores de barreiras para o K-Pop.

De fato o K-Pop começou a expandir internacionalmente por volta de dez anos atrás, foi tido como em declínio nos anos recentes. Por inumeráveis razões, incluindo a separação ou hiatus de vários artistas de extremo sucesso como Wonder Girls, Girls’ Generation, Super Junior e BigBang. Na Ásia, há fatores políticos: China, não muito atrás um dos territórios mais lucrativos para o K-Pop, tem bloqueado artistas coreanos devido à controvérsia sobre a implantação pendente do sistema de defesa contra mísseis THAAD apoiado pelos EUA na Coréia. E há outras explicações mais intangíveis também, como a ideia do que o K-Pop se tornou saturada com artistas após a “onda coreana”.  A oferta, alguns dizem, começou a superar a demanda.

É claro, nenhum desses argumentos se aplica na América, onde o K-Pop continua uma excentricidade, apesar dos esforços de artistas coreanos para entrar no cenário ocidental no passado. Com exceção do isolado “Gangnam Style” de PSY, artistas como Wonder Girls, Girls’ Generation, CL e muitos outros tentaram se aventurar por aqui e falharam em romper as barreiras. Todos os mencionados acima são produtos do monopólio das três grandes empresas de K-Pop — JYP, SM e YG.– que aplica várias estratégias (e orçamentos pesados no marketing) para americanizar seus artistas o suficiente para ser palatável para a audiência. Nada disso funcionou.

Eles falharam em reconhecer que o que a América aprecia mais genuinamente é a originalidade do produto. Para isto, BTS – da relativamente pequena empresa Big Hit Entertainment – se apoia muito nas convenções do K-Pop. Se manter fiel ao gênero, ironicamente, significa se manter de alguma forma falso. Eles se vestem de maneira similar; pintam os cabelos; sorriem para as fotos e fazem sinais fofos com as mãos; eles estão “muito animados de estarem aqui”; eles cantam e fazem rap adequadamente; eles dançam impecavelmente. Eles são artistas incrivelmente polidos, preparados por anos dentro da fábrica de treinos do K-Pop, que coreografa seu comportamento fora de palco tão cuidadosamente quanto a teatralidade em cima dos palcos. Eles são anódicos, mais atraentes do que propriamente legais. Isto é o K-Pop.

A apresentação no AMAs será provavelmente a introdução do gênero para uma completa e novo audiência. Por abraçar os acertos do K-Pop ao invés de contradizê-los como uma forma para a apelação ocidental, BTS atraiu a curiosidade dos não iniciados no gênero sem alienar a base de fãs fiéis e fervorosa – fãs estes que podem ser um dos mais ardentes entre os atuais fãs de seja qual outro artista. São esses fãs, que através da internet, levaram o BTS à palcos cada vez maiores. Além do julgamento subjetivo de talento e musicalidade, há um elemento de “lugar certo, na hora certa” que explica a emergência meteórica do grupo. Ter uma enorme e altamente ativa presença nas mídias sociais é também uma moeda mundialmente reconhecida.

O que não significa necessariamente que Jimmy Kimmel, ou os produtores do AMAs, ou Ellen DeGeneres são fãs de longa data do K-Pop, o que eu particularmente duvido. Mas hashtags e visualizações no YouTube não mentem. Se os últimos anos do entretenimento provaram algo, é que tal particularidade é universal. Contanto que o BTS continue em seu caminho e apresentando suas músicas em coreano, há um caminho de sucesso para eles nos EUA. Eles têm sido questionados em recentes entrevistas sobre lançamentos 100% em inglês e meu conselho não solicitado para eles é: não. Existe valor em simplesmente ser as maiores estrelas do K-Pop no mundo. Lembrem-se de como vocês chegaram até aqui.

Texto de Donnie Kwak.

 

Fonte: The Ringer
Trans eng-ptbr; Bia Rehm @ btsbr

Notícias | por em 24/11/2017
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