A importância do BTS: Do deserto, ao oceano, para o mundo

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A importância do BTS: Do deserto, ao oceano, para o mundo

Em junho, “Magic Shop” do BTS ecoava em um Centro de Crise Residencial, nos Estados Unidos. E não foi um fã do BTS que pediu pela música, que carrega uma mensagem esperançosa. Foi um garoto de seus 20 e poucos anos, sobrevivente de uma tentativa de suicídio, que pediu para o consultor do Centro tocar a música coreana durante uma aula de musicoterapia. Descrevendo a música como “linda”, ele cantou junto.

O caso reportado pela imprensa coreana em setembro mostra que o sucesso do BTS vai além da sua performance nos charts e dos shows esgotados. Pessoas de todo o mundo têm compartilhado histórias incríveis sobre como a música do grupo os ajudou a superar as dificuldades da vida.

Em outra instância, uma usuária do Twitter expressou sua gratidão ao BTS em setembro, compartilhando como a música “4 O’Clock” ajuda a acalmar seu filho autista.

Não há dúvidas que a música do BTS está fazendo ondas ao redor do globo. Entretanto, o grupo teve que atravessar um deserto para subir aos altos escalões da indústria global de música.

Atravessando o deserto

Em setembro de 2010, uma audição chamada “Hit It” foi realizada para escolher os futuros integrantes do BTS. Em junho de 2013, RM, Jin, SUGA, J-Hope, Jimin, V e JungKook fizeram o debut como Bangtan Sonyeondan, que se traduz para “Bulletproof Boy Scouts”, após serem trainees da BigHit Entertainment por três anos.

Transbordando energia e espírito hip-hop, o grupo rookie ambicioso declarou no seu show de debut “Nós vamos sobreviver até o final.”

Mas não foi um começo fácil. No começo da carreira, os rappers do BTS eram considerados comuns, e os pessimistas ridicularizavam o nome do grupo por ser muito “infantil”. Alguns dos integrantes chegaram a receber comentários negativos sobre sua aparência.

Além disso, o BTS não veio de uma agência da “Big 3” — SM Entertainment, YG Entertainment e JYP Entertainment. Chefiada por um ex-produtor da JYP, Bang Si-hyuk, a relativamente pequena agência chamada BigHit Entertainment abrigava apenas dois artistas, incluindo o BTS, na época.

Por essas razões, muitos previram que o grupo não sobreviveria no cruel mundo do K-Pop.

Em “Sea”, o rap de SUGA diz: “Eu achei que aqui fosse o oceano, mas na verdade, é um deserto. “Idol comum com nada de especial de uma companhia pequena” era meu segundo nome. Incontáveis vezes removidos das gravações de apresentações, o lugar vago de outra pessoa era o nosso sonho. Algumas pessoas diziam “esses garotos nunca vão conseguir”, porque nossa agência era muito pequena. Eu sei, eu sei, eu também sei, aquele tempo em que nós sete precisávamos dormir no mesmo quarto com a boba esperança de que amanhã, amanhã o dia será melhor. Víamos a miragem no deserto, mas não conseguíamos alcançá-la”

Durante seu discurso na Assembleia Geral da ONU, RM disse “Alguns de vocês podem não acreditar, mas a maioria das pessoas achava que nós não tínhamos a menor chance.”

A lenta ascensão ao topo

Apesar das circunstâncias, o BTS não ficou desencorajado. Lentamente, mas persistentemente, o grupo procurou uma maneira de se conectar com o público.

Uma de suas táticas foi abordar tópicos que podem fazer qualquer pessoa do mundo poder se conectar, independente de língua e nacionalidade. Todos os MVs do BTS começam com a frase “Music & Artist for Healing” na intro.

Na música de debut “No More Dream” — muitos dos integrantes eram adolescentes na época — BTS diz para os fãs seguirem seus sonhos ao invés de servirem como presas para as expectativas da sociedade. A música “N.O” aborda as dificuldades que o grupo e seus colegas já enfrentaram, com versos como “Quem nos fez máquinas de estudar?” e “Quem vai levar a responsabilidade vivendo a vida de fantoches?”.

Lançada em 2016, “Am I Wrong” é uma das músicas que representam a identidade do grupo — os integrantes culpam o mundo inteiro por enlouquecer e questionam o porquê das pessoas não reagirem fortemente às notícias e à mídia.

Com o álbum “WINGS”, o grupo entrou em turnê mundial, levando-os a conquistar a fama internacional.

Mas o trabalho mais proeminente que uniu o BTS e seus fãs globais foi a mais recente trilogia de álbuns: Love Yourself 承 ‘Her’, Love Yourself 轉 ‘Tear’ e Love Yourself 結 ‘Answer’. Os três álbuns, construídos a partir da ideia do auto-empoderamento, silenciou os haters que tentaram diminuir o valor do grupo ao creditar todas as suas conquistas ao fandom ARMY, e não à música.

Love Yourself 承 ‘Her’, lançado em setembro de 2017, se tornou o álbum coreano a alcançar um lugar mais alto nos charts, atingindo o 7º lugar. Com o lançamento de Love Yourself 轉 ‘Tear’, BTS quebrou seu próprio recorde, se tornando o primeiro grupo de K-Pop com um álbum no topo dos charts da Billboard.

Foi oficial. O crescimento astronômico do BTS foi implacável. Até mesmo o presidente Moon Jae-In da Coreia do Sul expressou seu apoio ao grupo, dizendo “No coração da dança e canto extraordinário do BTS se encontra a sinceridade. Esse poder mágico que torna o luto em esperança e diferenças em similaridades.”

Dominando ondas globais

Um dos principais eventos que desencadeou o sucesso do BTS foi a aparição no Billboard Music Awards em maio de 2017, quando foram nomeados a Top Social Artist pela primeira vez.


O evento levou a imprensa estadunidense a dar destaque para o grupo. Por exemplo, os principais programas de TV e meios de comunicação dos EUA, incluindo o E! News, Entertainment Tonight e Jimmy Kimmel Live correram para entrevistar o grupo de K-Pop, e o apreço pelo BTS foi palpável, com gritos ensurdecedores dos fãs e do público no set de gravação.

Apesar da diferença de língua, as músicas do BTS, em sua maioria auto-produzidas, atraíram fãs do mundo inteiro, o que contribuiu para a autenticidade do grupo e à sua mensagem de universalidade.

Em novembro de 2017, o BTS conquistou seu espaço ao apresentar o megahit “DNA” no American Music Awards, seguido de aparições em talk shows como The Ellen DeGeneres Show, Jimmy Kimmel Live e The Late Late Show. A boyband também deu entrevistas para revistas como Vogue e Rolling Stone.

A mensagem do BTS vai além de apenas fazer boa música. Com sua trilogia Love Yourself e o movimento mundial “Love Myself”, que faz parte da campanha anti-violência da UNICEF, o BTS se tornou um sinônimo de inspiração e auto-aceitação.

“Não importa quem você é, de onde você é, a cor da sua pele ou sua identidade de gênero, fale por si mesmo. Encontre o seu nome, e encontre a sua voz ao falar por si mesmo”, disse RM durante seu discurso na Assembleia Geral da ONU.

Suas palavras foram citadas em material didático em algumas escolas dos Estados Unidos, e até encabeçaram o movimento #SpeakYourself no Twitter, com os fãs compartilhando suas dificuldades pessoais e histórias obscuras.

No começo do mês, BTS se tornou o primeiro artista de K-Pop a apresentar um show em estádio no CitiField em Nova York, alcançando o mais alto nível de estrelato nos EUA. Eles também foram nomeados como Favorite Social Artist no American Music Awards de 2018.

Mas como o próprio BTS disse durante seu show: esse pode ser apenas o começo, de muito mais por vir.

Fonte: The Korea Herald
Trans eng-ptbr; beccs @ btsbr

Artigos | por em 24/10/2018
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