O álbum especial Love Yourself: Answer do BTS, lançado no último dia 24, declara o crescimento e o alcance da maturidade da juventude problemática retratada, anteriormente, em The Most Beautiful Moment in Life, concluindo um projeto que durou mais de dois anos.

A narrativa principal do álbum é trançada através das faixas dos vocais durante a série. Com a representação de Jungkook sobre sua empolgação vibrante, usando sua profundidade emocional distinta em sua canção solo “Euphoria”; a voz grave e única de V ao som neo-soul de “Singularity, e o timbre delicado de Jimin expressando “Serendipity”; o arranjo é designado a evocar uma transição emocional natural com sua composição inteligente.

A presença dos membros como músicos é também impressionante. Como evidenciado em “Just Dance” de J-Hope, na qual sua característica enérgica e positiva é expressada pelo gênero house; em “Love” do RM, onde seu tom intenso é unido ao instrumental de cordas clássico;  e “Seesaw” de SUGA, provendo uma sensação agridoce através de uma honestidade cínica e da sonoridade disco groove; eles foram capazes de, convincentemente, combinar o velho e o novo e, felizmente, não perder o equilíbrio mesmo com a participação de vários produtores globais em sua música.

A segunda metade do álbum é, com certeza, a essência deste, trazendo o tema central da série ao seu dramático encerramento. “Epiphany” apodera-se do esclarecimento advindo do aprendizado sobre aceitar e amar o eu imperfeito ao fim da tristeza e do desapontamento. Ao passo que o lamento envolvente de Jin lembra do sentimento tocante dessa nova consciência, “I’m Fine” também expressa a mensagem de que “a única pessoa que pode me salvar sou eu”, elaborando-a de forma mais concreta. Finalmente, ao chegar em “Answer”, tudo se condensa com as emoções caracterizadas pelo pesar e simpatia transformando-se em esperança.

A profundidade da narrativa e da habilidade artística musical do álbum reafirma que tudo que eles alcançaram com os trabalhos anteriores a Love Yourself: Answer não foi uma coincidência. Ao incorporar gêneros familiares, eles destacam-se dos outros em sua aptidão para manter a individualidade no rap, na dança, nas canções e na atitude. É o que demonstra seu valor como artistas e, ao mesmo tempo, o que faz as pessoas preverem um futuro brilhante para eles.

Nas últimas décadas, o K-Pop tem sido uma corrida da modernidade, dando valor à falta de identidade étnica como sua estética, e, desta forma, sendo difícil questionar a sua identidade. Não deve ter sido diferente com o BTS. Nesta esfera, incorporar uma batida sul-africana com sons tradicionais coreanos na faixa principal “IDOL” é muito interessante e provocativo. No mar de sons similares aos de Moombahton, o que reina na cena musical de massa atualmente, a inovação no híbrido entre o Gqom (gênero de música house originado na África do Sul) – ainda novo ao âmbito convencional estadunidense – e o Kkwaenggwari (instrumento musical tradicional coreano) com “Dunkiduk kungduruhruh” (onomatopeia relativa às batidas tradicionais coreanas) é realmente louvável. O gugak (música tradicional coreana) não é revelado à frente de outros sons, mas mostra a “cor coreana”, suficientemente, através da batida moderna, como se eles respondessem por esta canção o questionamento sobre encontrar o seu lugar como um grupo global.

Há uma resposta positiva a “IDOL” pela mídia estadunidense e pelos fãs de música. A exclamação coreana “eolssu” chamou a atenção nas redes sociais, além do tigre e dos telhados característicos da arquitetura do leste-asiático; o interesse pela cultura coreana tradicional cresceu notavelmente. Ademais, com a faixa original e a versão com a participação da Nicki Minaj conseguindo a primeira e a segunda posições no iTunes dos Estados Unidos, “IDOL” está pronta para se sair bem nas próximas paradas da Billboard. A revista Forbes acredita que a canção tomará posições mais altas que “Fake Love”, a qual chegou ao top 10 na Billboard Hot 100.

Saborear a mensagem genuína e os interessantes experimentos musicais na série Love Yourself me lembraram de Seo Taiji, o qual já foi chamado de “zeitgeist” do seu tempo. Falando sobre juventude, além de abranger uma geração, e, finalmente, começando a unir a universalidade e a autenticidade da música por diferentes regiões e raças, eles parecem perguntar qual é o novo “zeitgeist” do gênero K-Pop – agora global, através de Love Yourself: Answer, cuja nota final oferece, ao mesmo tempo, um novo começo.

Fonte: Naver
Trans ko-eng @ myystickspira123
Tradução eng-ptbr; clau @ btsbr