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Minha jornada com o BTS começou cedo em 2013, talvez em 2012, não me lembro bem. Tendo tido o perfil do grupo, ainda com seis integrantes, salvo nos meus favoritos do Tumblr por muito tempo, antes de criar coragem e realmente me entregar.
Foi um cover da formação ainda antiga do grupo que despertou meu interesse pelo estilo, nada pop e completamente pesando para o hip-hop, que na época eu gostava. Depois de finalmente sentar e ler a breve introdução escrita por fãs, já era. Algo em mim — ainda com 15 anos — já sabia que minha vida iria ser ditada por eles. Hoje, com quase 22, sou eternamente grata a minha versão mais nova por ter tido tempo livre para descobrir novos artistas.
A 24/7 = Serendipity (오,늘), é a segunda exposição oficial do BTS e está passando por Nova York por tempo limitado, e eu tive a oportunidade (e honra) de reviver a trajetória do BTS em apenas uma hora; trajetória que consequentemente ditou a minha. Ao entrar na exposição, sou recebida por uma foto individual de cada um dos integrantes, vestidos de branco e com um ar angelical. Chega a ser engraçado tê-los visto pulando em um palco há tão pouco tempo parecerem tão calmos, etéreos. A próxima sala é a sala de troféus com fotos do grupo e seus prêmios ao longo dos anos. Nota aos curadores: dei bastante risada ao perceber que as fotos não estavam em ordem cronológica, o que é bastante curioso e estranhamente emocionante ver o BTS de 2015 depois do BTS de 2017.
O corredor que nos leva ao restante da exposição, onde fotos e vídeos não são permitidos, é espelhado e com títulos das músicas e álbuns do grupo. Digo com toda certeza do mundo que fizeram esse corredor pensando em mim, e unicamente em mim, me obrigando a me ver passando por todas as eras, literalmente. Obrigada, Bang PD. Essa foi a primeira de três vezes que chorei dentro da exposição, tendo que ver a primeira sala de fotos exclusivas com medo do iluminador estar escorrendo pelo queixo. A próxima sala onde pude tirar fotos foi a Bangtan Room, uma homenagem ao primeiro estúdio do grupo onde gravavam seus vlogs e consideravam sua segunda casa. Palavras deles, não minhas.
Depois de passar pelo grande vagão de carga azul do RM em “RUN”, começou a verdadeira viagem pelas eras do BTS. Mais uma vez a falta de sentido cronológico continuou me fazendo rir, mas serviu para que cada nova sala fosse uma surpresa na qual era impossível eu me preparar, mesmo eu estando com o mapa em mãos com o nome de cada sala. Passei pela banheira do Jimin, um dos roupões estranhos e ainda mais assustador pessoalmente, a mesa e microfones de “MIC Drop,” o piano do SUGA, uma parede inteira cheia de televisões passando simultaneamente todos os vídeos de ensaios das coreografias.
Depois de passar por uma sala escura com máscaras usadas por cada integrante em uma vitrine de vidro, enquanto o restante da sala era decorado com máscaras brancas usadas pelos dançarinos, entrei em uma sala totalmente branca com as letras escritas nas paredes; uma breve reflexão dos integrantes sobre elas e seus significados. A sala seguinte era também recheada das criações do grupo. Um total de 14 manequins enchiam o ambiente, modelando roupas usadas pelo grupo ao longo dos anos. Cada manequim usava também uma máscara de gás, todas personalizadas pelo grupo. Em uma das paredes, o vídeo de cada um dos integrantes explicando sua criação era projetado, expressando suas ideias sobre o conceito, contexto e visual de cada música. Mais uma vez, palavras deles, não minhas.
Acho que passei uns 20 minutos sozinha no corredor de transição à próxima sala. Eram três televisões, a do centro passando um vídeo de cada integrante encarando a câmera. Só isso. Uns dez segundos de cada um dos sete integrantes do BTS te encarando. Importante ressaltar que JungKook estava usando um chapéu de cowboy. Contudo, tive que seguir meu caminho quando um casal ficou um pouco assustado por eu estar rindo tanto. No fim foi bom eu ter dado tanta risada, porque a sala seguinte marcou o começo da segunda crise de choro.
“The Ones Who Walk Away from Omelas” de Ursula K. Le Guin foi um dos livros mais importantes dos meus 17 anos, e lá estava eu encarando o motel Omelas de “Spring Day.” Devo ter ficado uns cinco minutos sozinha parada, encarando as duas portas de um motel de mentira. Achei que ia ser melhor se eu seguisse em frente, mas foi então que me deparei com uma visão panorâmica do BTS se despedindo do público em seu último Muster, dentro de um ARMY Bomb inflável gigante. A tela fazia parecer que eu era a oitava pessoa no círculo, de mãos dadas com eles. Não preciso nem dizer que não foi nessa sala que consegui parar de chorar.
A próxima sala era toda dedicada à The Wings Tour, também conhecida como A-Primeira-Vez-Que-Tive-Que-Ver-o-BTS-Fora-do-Brasil. Além das fotos exclusivas, no meio da sala estava a cabine telefônica. Parei para ler tudo que tava escrito em suas paredes. O segurança me perguntou o que eu estava fazendo, ele disse que as pessoas geralmente perguntavam se podia entrar e iam embora decepcionadas. Aparentemente eu fui a primeira que ele viu parar e ler. Tá feliz, Kim Namjoon?
Depois disso a exposição chegou ao seu final, onde havia uma televisão com um vídeo de cada integrante fazendo gracinha. Sim, só isso. Cada um com sua televisão emoldurada, vestindo roupas do dia a dia, fazendo gracinha pra câmera. Mais uma vez fizeram uma sala pensando em mim e apenas em mim; eles sabiam que eu precisava de uma distração pra parar de chorar. Sem muito sentido, junto estava também a pintura feita por JungKook, recriando a pintura do seu curta “BEGIN”.
O corredor que me levou para o final da exposição era todo de madeira, com cada um dos álbuns (até o ‘Tear’) expostos, as tracklists escritas na parede. Dessa vez seguiram a ordem cronológica dos lançamentos. Finalmente. Depois de carimbar meu mapa e escrever minha mensagem para a ARMY Capsule eu achei que estava salva e estava determinada a encontrar o banheiro. Foi então que uma moça me parou e me explicou que eu não poderia usar o telefone e que se eu quisesse sair, não poderia mais voltar. Moça, pelo amor de Deus, eu só queria fazer xixi. Mas não, sentei no mini cinema e passei os próximos trinta minutos assistindo as entrevistas com cada integrante sobre a exposição. Chorei, dessa vez sem conseguir me controlar. Não posso falar sobre o vídeo, eu acho. Já que foram muito claros que eu seria retirada se sequer visse a hora no meu celular. Já que tenho medo do Bang PD encontrar meu endereço e fazer eu aceitar as consequência de ter falado sobre algo que não devia, vou dizer apenas uma coisa: O BTS se ama, mas o BTS também te ama.
Nunca imaginei que eu fosse ser ou fazer algo importante o suficiente pra ter uma exposição inteira que me fizesse relembrar os melhores momentos da minha adolescência. Mesmo sendo fã de tudo que fui antes de ser fã do BTS, nunca imaginei que a carreira de outra pessoas seria o começo da minha. Se hoje eu sou quem eu sou, estou onde estou, é porque o BTS me deu a oportunidade de amá-los.
Tá bom, vou falar um pouco mais do vídeo final. Todos expressaram sua paixão e gratidão pela arte, ainda um pouco incrédulos por terem uma exposição própria, mesmo essa já sendo a segunda. Bom, BTS, você é arte, e eu sou eternamente grata.
Você pode ter o gostinho de estar na exposição e ver o BTS explorando a 24/7 = Serendipity (오,늘) no vídeo abaixo:
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