Como a boyband coreana BTS quebrou o record do K-Pop em um chart dos Estados Unidos – Sem nenhuma música em inglês

Quatro anos atrás, PSY estava fazendo história na indústria do K-Pop quando “Gangnam Style” passou quatro semanas em segundo lugar no Billboard Hot 100. Em 16 de outubro, a boyband BTS (Também conhecida como Bangtan Boys) alcançou uma nova marca para o cenário sem músicas em inglês, sem divulgação nos Estados Unidos, e sem ‘uma dança que imita os movimentos de montar um cavalo’

O segundo álbum completo do septeto, WINGS, estreou na posição 26 na lista do dia 29 de outubro da Billboard 200, com 16,000 cópias vendidas na semana que se encerrou no dia 13 de outubro, de acordo com a ‘Nilsen Music’, fazendo a mais poderosa semana para um álbum de K-Pop. Anteriormente, o álbum Crush da banda 2NE1 tinha o lugar mais alto já alcançado por um álbum de K-Pop (Número 61 com Crush em 2014), e o EXO conquistou o melhor painel de vendas (6,000 cópias na primeira semana de venda com Exodus, de 2015)

2NE1 e EXO vem de empresas estabilizadas na Coreia: 2NE1 é companheira de empresa do PSY na YG Entertainment, e o EXO da SM Entertainment, a maior empresa coreana. O BTS está na pequena BigHit Entertainment — então o que permitiu o novato grupo e a empresa a obter sucesso onde muitos outros voaram baixo?

Primeiramente, um forte foco na América e um olhar diferente no tipicamente superficial material do K-Pop. Em 2015, o BTS embarcou em duas turnês nos Estados Unidos, esgotando os ingressos de ambos os locais apesar de terem lançado somente um álbum completo. O ‘SubKulture Entertainment’ promoveu para a primeira viagem do BTS e o CEO Derek Lee disse para a Billboard “Todos os quatro shows esgotaram em menos de um dia, com alguns locais vendendo em menos de uma hora. Eu não acho que qualquer um de nós esperou por essa demanda”

O BTS também foi a atração principal nas duas edições desse verão do KCON festival, o que atrai  mais de 110,000 fãs durante os três dias no ‘Los Angeles Staples Center’ e dois dias no ‘Prudential Center’ em Newark’, Nova Jersey.

Mas acima de tudo, a mensagem parece se conectar com os fãs americanos. “O grupo mistura arte individual, o que é o que o público americano espera em sua música, e o sistema do K-Pop, que foca mais o som do grupo e trabalho em equipe,” diz Grace Jeong, editora chefe do Soomp, um site de 18 anos que dá notícias sobre K-Pop e mídia. “O BTS tem algo à dizer, e tem uma grande estratégia de marketing que não deixa de fora os fãs que não falam coreano”

Realmente, o single líder “Blood Sweat & Tears” detalha uma relação de descarrilamento da vida com uma dança em breakdown. Em outro momento no álbum, o grupo canta sobre saúde mental, explora o cenário “idol” do K-Pop e nos mostra um hino de empoderamento feminino – assunto inusitado na cultura conservadora sul-coreana, onde a maioria dos artistas se prendem a tópicos seguros como festejar e términos de relacionamento.

Ainda assim, para realmente entrar para o ‘mainstream’, o BTS talvez precise olhar para esse seu ‘rival galopante’. “O BTS ainda precisa daquela música viral que todo mundo conhece mesmo sem saber quem eles são,” adiciona Jeong. “Como Gangnam Style”

Fonte; Billboard

Trans eng-ptbr; May @ btsbr