BTS ilumina o palco e seus ARMYs fazem o resto

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BTS ilumina o palco e seus ARMYs fazem o resto

Os lightsticks custam 57 dólares. Nas horas anteriores aos versáteis maximalistas do BTS dominarem o palco do CitiField na noite de sábado, fãs faziam fila às centenas nos stands ocupando todo o estádio do Queens, dando quantias de dinheiro nada insignificantes em troca de lightsticks com formato de microfones e do tamanho de garrafas de um litro.

Uma vez em seus lugares, ou no gramado, os fãs seguraram seus lighsticks — chamadas ARMY bombs — acima de suas cabeças durante todo o show de duas horas e meia do BTS, sacudindo-as no ritmo da música enquanto vários efeitos eram produzidos via Bluetooth, tornando a multidão em um oceano de cores em sequência.

Demonstrações de severa devoção são a norma no K-pop, mas mesmo nesse universo, o fervor gerado pelos sete integrantes do grupo masculino BTS — RM, SUGA, Jin, J-Hope, Jimin, V e JungKook — é intenso de forma incomum.

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E no às vezes sísmico show de sábado à noite, com um espaço lotado com 40,000 pessoas, havia uma espécie de diálogo entre artista e fãs, um exercício colaborativo. Foi o show final da BTS World Tour: Love Yourself, e a primeira apresentação do grupo em um estádio no país. Alguns fãs do grupo — chamados ARMY — acamparam do lado de fora por quase uma semana para serem os primeiros a receberem as pulseiras e se posicionarem o mais perto possível do palco central.

Após muitos anos nos quais os maiores e mais ambiciosos artistas do K-pop tentaram fazer o seu caminho para dentro dos Estados Unidos, BTS se tornaram os mais bem-sucedidos na América do Norte. Lançado em maio, Love Yourself 轉 ‘Tear’, o seu terceiro álbum, se tornou o primeiro lançamento de K-pop a alcançar o topo das paradas de álbuns da Billboard. O seu repackage, Love Yourself 結 ‘Answer’, lançado em agosto, foi o segundo.

Esses álbuns mostram como BTS navega entre complexos e crescentemente variados sons: EDM-pop à la The Chainsmokers, R&B dos anos 1990, hip-hop de Nova York e do sul, e muito mais. Como cantores e rappers, os integrantes são talentosos. Como dançarinos e artistas, são ágeis. E nesse show, sua execução foi tranquila.

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No seu melhor, a música do BTS é densa e polivalente, beirando o caos. “DNA” começou como um guitar-pop meio Shawn Mendes e atingiu o nível vulcânico de música de balada. “I Need U” era um pop-R&B primal. “Airplane pt. 2” teve centelhas de piano de cabaré e pop latino. “So What” teve o frenesi aéreo de um ganhador do Eurovision. Um medley de músicas mais antigas no meio do show fez com que o estádio se tornasse digno de uma trilha sonora cinematográfica, com eletrizante hard rock e industrial electronic colapsando em uma sequência frenética.

Perto do fim do show, “The Truth Untold” mostrou as doces harmonias dos quatro vocalistas (Jin, Jimin, V e JungKook) e foi imediatamente seguido por “Outro: Tear,” que demonstrou a versatilidade e alcance dos três rappers (RM, SUGA e J-Hope). Cada integrante teve seu momento solo também — um sensual R&B de V em “Singularity,” e em “Serendipity,” Jimin mostrou movimentos meio balé, meio Matrix.

Para toda a coreografia profissional e planejamento aplicados nessa performance, o que realmente a tornou particularmente acessível foi o ar de casualidade dos integrantes, mantendo-se calmos na superfície enquanto trabalhavam furiosamente por baixo. Eles entendiam a importância de pequenos gestos — em vários lugares, tanto no palco quanto em intermissões gravadas, uma dupla de integrantes segurava brevemente as mãos, ou se abraçavam, demonstrando uma brincalhona e confortável familiaridade.

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Houveram também lapsos de um comportamento mais sensual e adulto entre o amigável clima do show, como quando JungKook, durante a elaborada coreografia de “Fake Love,” levantou sua camisa para revelar um rápido lampejo de seu abdômen. (O figurino era elaborado, indo de “mariachi artístico” para “pirata sadomasoquista” até “b-boy modernista.”)

E alguns dos momentos mais interativos foram os mais humorísticos, cortando a seriedade do grupo com um pouco de ironia e sarcasmo. No início de “Singularity,” V estava se acariciando por cima de um blazer pendurado, e durante “So What,” JungKook mexeu no cabelo de Jimin em tom de brincadeira enquanto encarava a câmera com um olhar desafiador.

Esses atos também eram um reconhecimento da adoração de seus fiéis fãs, uma maneira de tornar o sentimento literal no palco. Essa conversa implícita continuou em discursos nos quais cada integrante confessou seu amor pelo ARMY.

Em certo ponto, Jimin se debulhou em lágrimas, mas o momento mais emocionante veio de RM, o mais fluente em inglês no grupo. Ele falou sobre o quão animado ele se sentia sobre estar em Nova York, “o lugar onde a música que mudou a minha vida nasceu.” Ele discorreu sobre o tema da turnê e da recente música do grupo.

“Parece que estou usando vocês para me amar,” ele falou. “Por favor me usem. Por favor usem BTS para amar a si próprios.” Os sorrisos na multidão eram mais brilhantes do que qualquer luz.

Fonte: The New York Times
Trans eng-ptbr; gabriela @ btsbr

Artigos | por em 13/10/2018
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