BTS quebra os padrões de masculinidade das boybands em sua turnê

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BTS quebra os padrões de masculinidade das boybands em sua turnê

Os sete “barcos” do BTS subiram ao palco do Staples Center na noite da última quarta-feira com fortes ventos em suas velas.

Em maio, a boyband de Seul atingiu o topo do chart the álbuns da Billboard com o “Love Yourself: Tear” – um marco para artistas do cenário K-Pop. Logo, o BTS atingiu a marca novamente: essa semana, o grupo voltou à primeira posição com um novo álbum, “Love Yourself: Answer”, um repackage do material anteriormente lançado pelo grupo, com novas faixas, incluindo uma colaboração animadora com Nicki Minaj.

O show de quarta feira, o primeiro de 4 datas esgotadas em Los Angeles, deu o pontapé inicial na turnê americana do grupo, que irá até dia 6 de outubro, quando o BTS tocará no Citi Field, o estádio de beisebol em Nova Iorque.

Então, é compreensível a razão desses meninos pararem por um momento durante o show, apenas para observar e absorver a adoração de seu público tão entusiasmado.

Quando você está se movendo tão rápido quanto o BTS, você precisa aproveitar a quietude sempre que possível.

Parte do frenesi em torno do septeto – um grupo cuidadosamente gerenciado por uma das empresas de entretenimento mais poderosas do K-Pop, Big Hit Entertainment – não é tão diferente do que se via em antigas boybands de sucesso, como ‘N Sync e os Jonas Brothers (sem mencionar os Beatles e os Jackson 5).

Canções cativantes, com diversos estilos – músicas que vão do swing do R&B à música de discoteca, do hip-hop agressivo ao emo temperamental – e rostos atraentes são incorporados ao empreendimento; o mesmo acontece com os produtos oficiais, que fazem os fãs sentirem que estão aderindo a um clube exclusivo.

No Staples Center, os lightsticks equipados com bluetooth estavam sendo vendidos à U$50 cada – um preço baixo a se pagar para a sensação de inclusão que o equipamento produz ao brilhar em sincronia com a música.

No entanto, o sucesso do BTS – e muitas das decisões estéticas mais experientes do grupo – também está fortemente ligado aos costumes sociais em constante mudança do momento atual.

Para começar, é inegável o sucesso que “Despacito” conquistou no cenário mainstream americano no ano passado, abrindo espaço para canções pop que não são cantadas em inglês.

O BTS, com músicas elegantes e cantadas principalmente em coreano, ainda não estabeleceu uma presença significativa nas rádios americanas. Como “Despacito”, no início, o grupo ainda está se conectando nas redes sociais e serviços de streaming, onde os ouvintes mais tradicionais exercem menor controle.

Tão importante quanto tudo isso, é a apresentação de gênero do BTS, abertamente demonstrada na última quarta-feira, juntamente com a abordagem dos diversos gêneros musicais do grupo.

As boybands vêm brincando com a ideia de masculinidade, é claro, há muito tempo. Você não chega a Harry Styles acenando com uma bandeira arco-íris no palco em seu show solo sem os anos que o mesmo passou encenando diversas atitudes tidas como “masculinas”, enquanto se apresentava com seu grupo, One Direction.

Mas nos shows, o BTS, cujo os integrantes nunca falavam sobre sexo (ao falar de suas vidas pessoais), parecia livre desse tipo de pensamento antiquado.

Os integrantes – RM, J-Hope, SUGA, Jin, V, Jimin e JungKook – começaram o show em roupas no estilo matador, pretas e douradas, e posteriormente mudaram para camisas de babado brancas; eles aparecem nos vídeos ao longo do show cheirando pedaços de frutas e pulando em camas, medindo os músculos uns dos outros.

Mas eles também usaram roupas folgadas e faziam “pose de durão”, imitando MCs do início dos anos 80.

E apesar de cantarem diversas baladas – “Singularity”, um momento onde V, de cabelos rosados, torna-se uma visão deslumbrante – o show teve muitos momentos que lembravam o EDM dos Chainsmokers, ou o rock pesado do Linkin Park.

O resultado foi uma quebra bem vinda do padrão de “galã masculino” – um ato cultural radical, que foi cada vez mais encorajado pela reação entusiasmada da multidão dentro do Staples Center.

De fato, por mais altruísta que o BTS possa ser em sua ambição de abrir mentes, os executivos da Big Hit Entertainment  provavelmente não montariam esse tipo de produção se a mensagem que o grupo deseja passar não estivesse de acordo com uma crescente adoção de não-conformidade de gênero entre seu público.

Mas essa atenção à moda é um fator crucial no showbusiness, como esses ídolos trabalhadores sabem bem.

O show de quarta-feira terminou, depois de um encore altamente aeróbico, onde o BTS cantou “So What” (uma música sobre ser jovem, selvagem e livre), com outro momento de quietude, onde os integrantes ficavam no palco, acenando para seus fãs, tentando dar uma atenção mais individual aos presentes.

Só que desta vez, a admiração parecia estar fluindo em ambas as direções – uma troca de orgulho personificada e única.

 

Fonte: Los Angeles Times
Trans eng-ptbr; Jojo Viola @ btsbr

Artigos | por em 09/09/2018
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