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Essa semana em “Pop não é uma palavra suja”, Douglas Greenwood faz uma retrospectiva do tumultuado relacionamento do pop com o rótulo de boyband, e como os artistas mais comentados de 2018 estão redefinindo seu significado.
A cada década, vemos o início de um novo bando de boybands e as colocamos uma contra a outra até que uma reine suprema – então, vemos os ditos vencedores se separarem alguns anos depois. É um ciclo em que estamos presos desde meados do século 20, quando a primeira onda das chamadas boybands aconteceu estrelando The Jackson 5 e The Osmonds, que abriram o caminho para alguns sucessores de reality shows promissores (ou seja, esquecíveis). Tirando o One Direction, essa tem sido uma década terrível para as boybands: Me diga uma música do JLS. A primeira que vier a sua cabeça. Eu te desafio.
A fórmula para causar a histeria alimentada por adolescentes mal mudou. Quando criança, eu perdi o estouro do N*SYNC por alguns anos, então veio a maioridade quando o Take That estava em sua segunda tentativa de sucesso e o 1D governava o mundo. Nenhum dos dois, na época, me agradou o suficiente para me fazer entregá-los todo o meu dinheiro de pequenos trabalhos pós-escola para vê-los. E esses sucessos, como vimos, desaparecem. A fórmula boyband é fundamentalmente falha, e os esforços persistentes de grupos para o sucesso se tornam cada vez mais difíceis de serem alcançados.
Os tempos estão mudando, no entanto. A “boyband” não é mais uma palavra usada para descrever um grupo de garotos com músicas feitas de puro açúcar qualquer. O conceito foi repaginado em 2018, e é hora de todos entrarmos e conhecê-lo.
“Enquanto as gravadoras desperdiçam seu tempo tratando adolescentes ouvintes de música como idiotas sem discernimento, Brockhampton e BTS estão apreciando a inteligência e o bom gosto da Geração Z ganhando fãs em massa no processo.”
Podemos agradecer a dois talentos em particular por isso: o coletivo de arte Brockhampton, nascido no Texas e baseado em Los Angeles, e seus irmãos sul-coreanos mais pop, o mega-grupo BTS.
Quando Brockhampton surgiu no palco de Koko para seu primeiro show no Reino Unido em uma noite de segunda-feira, um mar de milhares de jovens – algumas garotas, alguns garotos, alguns gays e alguns heterossexuais – invadiram a frente do palco assim que as primeiras notas de seu último lançamento, ‘1998 TRUMAN’, foram ouvidas. O grupo, que adotou ativamente o rótulo tabu (“A melhor boyband desde One Direction”, o grito de Kevin Abstract, seu vocalista abertamente gay em “Boogie”) está desempenhando um papel importante na mudança da percepção das pessoas sobre como uma boyband tradicional se parece. Unidos pelo amor à Kanye West (todos eles se conheceram em um fórum de fãs de Yeezy alguns anos atrás), o grupo tem o peculiar DNA da mistura de A$AP Mob com os Backstreet Boys.
Há uma brincadeira com o que eles fazem; um senso de humor irônico tão forte que você pode sentir a fachada ultra-séria do hip-hop sendo desconstruída em cada faixa que escuta. Se a boyband do passado foi completamente limpa – recatada – Brockhampton é quem faz o termo atual um pouco mais lascivo, e seu talento não é ambíguo. Mesmo que eles estejam usando esse rótulo ironicamente (embora tenhamos a impressão de que seja 100% legítimo), as multidões que eles trouxeram e estão atraindo são a prova de que eles são os líderes do renascimento das boybands.
BTS, por outro lado, estão diversificando a paisagem pop contemporânea de uma maneira diferente. A única certeza na cultura da típica boyband ocidental é a expectativa de que os artistas envolvidos cantem em inglês. Mas este grupo sul-coreano conseguiu vender todos os ingressos para o The O2 em Londres – duas noites seguidas – enquanto canta quase inteiramente em sua língua materna.
O grupo de K-Pop libera o seu primeiro grande lançamento no Reino Unido nesta sexta-feira, uma gigantesca compilação de dois discos intitulada “Love Yourself: Answer”, e já alcançaram um número insano em pré-vendas no seu país de origem. Quando isso acontecer, apenas uma semana depois do tão esperado ‘Sweetener’ de Ariana Grande, vamos descobrir se a roda do K-Pop está bem e foi verdadeiramente colocada em movimento.
Nossa cena pop foi abençoada pela presença deles em faixas como “MIC Drop”, com Steve Aoki, onde mostram suas habilidades para dança, francamente insanas e perfeitamente executadas. Claro, a maneira como eles foram unidos pode parecer uma criação de Simon Cowell (o K-Pop adora um longo processo de audição), mas a maneira como o BTS se envolve tanto na produção, como composição de todos os seus trabalhos, mostra que este não é um produto qualquer do pop mundano para alimentar as massas. Mais uma vez, deixe que a estatística anterior entre na sua cabeça: uma boyband sul-coreana vendeu uma das maiores e mais ocupadas arenas do mundo em questão de minutos. Para duas noites. Eu consigo ouvir a histeria desde já.
Com grupos como BTS e Brockhampton transformando o nível cultural da música pop mais amplo, talvez seja hora de se livrar do estigma da boyband. Depois de anos nos dando muitos pops esquecíveis (eu ainda estou tentando pensar em uma música do JLS), nós alcançamos uma nova era para o time normalmente tóxico e entediante de grupos formados por homens.
Agora, é mais diversificado, aceito e criativo do que nunca.
Fonte: Douglas Greenwood @ NME
Trans eng-ptbr e adaptação: Caroline Piazza @ btsbr
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