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Para mim, tudo começou no dia 4 de janeiro de 2017. Minha filha, então com 14 anos, me mostrou seu telefone – vi sete figuras em miniatura balançando no ritmo de uma batida alegre e eletrônica. “São meninas ou meninos?”, eu perguntei, observando os rostos andrógenos sob o cabelo tingido de rosa, platinado e escarlate. “Meninos. Eles são coreanos. De um grupo chamado BTS”, disse ela, impacientemente para mim, que não conseguiu discernir instantaneamente seu gênero (e gênio). Esse foi o começo, porém, de uma paixão coreana que tomou conta da casa e da minha vida, talvez, agora até mais do que da dela.
Na semana que vem, o BTS se apresentará na O2 Arena em sua primeira passagem por Londres. Os ingressos foram esgotados em 90 minutos. Eu sei, porque me encontrava dentro de uma tenda em Wales, tentando comprá-los com uma conexão de internet ruim.
O BTS discursou na Assembleia Geral da ONU, no evento que ocorreu em Nova Iorque, na semana passada. Eles estão maiores que Gangnam Style, do Psy, que colocou pela primeira vez o gênero do K-pop no radar da mídia, em 2012. Existem pontos negativos nesta indústria, é claro, mas essa é apenas uma parte dentro habilidade da Coreia do Sul em exportar sua cultura e charme que eu encontrei.
Porque eles não pararam por aí. Eu chegava em casa e via programas de entretenimento passando na TV (com títulos como Weekly Idol ou Sexy Brain Problematic Men) – de namoro, sobre cozinha e de jogos, com celebridades dispostas a “se fazerem de bobos”. As legendas mais engraçadas estavam em coreano – então acabamos aprendendo o alfabeto Hangul.
Caso isso pareça heroico, devo dizer que isso leva cerca de uma hora, graças a um monarca inspirado há 500 anos que queria um alfabeto fácil para obter o máximo de alfabetização. Comecei a fazer testes de gramática on-line como forma de combater a insônia – e então encontrei razões profissionais para seguir as notícias coreanas, desde o Brexit até as guerras comerciais do Trump e a agitação com a Coreia do Norte.
Quando minha filha me mostrou um vídeo do BTS para uma estudante que a fazia companhia à noite, quando eu chegava mais tarde em casa, a jovem mergulhava em uma viagem coreana – e acabou se mudando para lá. E quando nosso Volvo antigo morreu nesta primavera, eu me encontrei em uma garagem Kia sob o viaduto Chiswick procurando por um modelo coreano para substituí-lo.
Então fomos a Seul neste verão – e adoramos a simpatia do local. “Somos pessoas emotivas”, muitos nos disseram. “Esse é o meu marido, ali – o casamento não é tão ruim, apesar de termos brigado esta manhã”, disse um conhecido, depois de cerca de 5 minutos de conversa.
Há um lado mais sombrio nisso tudo, é claro. Muitas empresas responsáveis pelos grupos de K-pop são conhecidas pela pressão brutal que colocam em seus trainees. Um grupo feminino falou sobre dietas extremamente rígidas que eram obrigadas a seguir para conseguir o “corpo perfeito” e houve choque e comoção quando Jonghyun – vocalista da sensação do K-pop, SHINee – cometeu suicídio em dezembro do ano passado. Em um país onde a fonte de riqueza é frequentemente “opaca”, não é claro quanta recompensa as estrelas recebem.
Contudo, quando eu levar minha filha e seus amigos ao show do BTS na semana que vem, vou silenciosamente agradecer por uma cultura pragmática e alegre, que se tornou uma vertente inesperada de interesse profissional, e cuja música é agora, indiscutivelmente, a trilha sonora da minha casa.
Fonte: Evening Standard
Trans eng-ptbr; Jojo Viola @ BTSBR
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