O líder e rapper principal do BTS, Rap Monster (Kim Namjoon), promoveu-se como amador até fazer seu debut oficial em junho de 2013, e cresceu para se tornar um artista que lidera a onda Hallyu do K-pop.
Atualmente, Rap Monster diz que ele se encontra “em um estado mental onde pode produzir música confortavelmente”. Ele de fato começou a produzir o álbum do seu grupo por volta de um ano atrás e recentemente deu uma nova música, “Dilemma”, para a dupla HOMME (Lee Hyun e Changmin) como um presente, mostrando sua evolução impressionante.
O Xports News completou seu 9º ano de atividades e se encontrou com essa nova geração de produtores, que estão traçando seus caminhos como artistas e para além de seus status de idols. Nós tomamos algum tempo para escutar as histórias deles sobre música. A última pessoa é o Rap Monster, alguém a quem não é estranho chamarmos de “produtor”. Em última instância, a entrevista com ele não foi como qualquer outra.
O BTS tem muitos fãs não só na Coreia, mas também internacionalmente. Você sente essa popularidade?
- Eu consigo senti-la quando saio daqui. Quando nos apresentamos em um palco grande, é fascinante ouvir as pessoas nos contarem “os ingressos esgotaram em tanto tempo”. Eu reconheço o quão sortudos somos ao ver todo esse amor que recebemos quando viajamos para fora. Sou muito grato por estarmos nos promovendo em uma geração com redes sociais. As pessoas podem esbarrar na nossa arte facilmente, o que eu acho uma coisa boa.
Qual você acha que é a chave para a popularidade internacional do BTS?
- Acho que ser dedicado ao nosso trabalho original é um grande fator. Acho que deveríamos sempre cantar e produzir diligentemente, e fazer isso bem. Cantar, dançar e nos apresentar bem é a prioridade máxima. Se há algo a acrescentar a isso, muitas pessoas hoje em dia gostam de K-pop não só pelas apresentações, mas também pelas pessoas e suas personalidades. Acho que a amizade e irmandade no nosso grupo se torna um quê a mais. Já que as pessoas podem encontrar nossos vídeos facilmente pelas redes sociais, ao invés de sermos só celebridades e fãs, nos sentimos um pouquinho mais próximos.
Se falarmos em Rap Monster, você é conhecido como um idol que produz. O que te fez começar a produzir música?
- O conceito de produzir é abstrato. Para o meu caso, há algumas pessoas que usam o termo “produzir”, e outras não, mas eu acho que produzir significa saber fazer o arranjo das músicas. Arranjar músicas é o trabalho de implementar instrumentos e fazer a melodia de fundo com instrumentos, e arranjá-los. É diferente de simplesmente fazer uma melodia. Por todo mundo hoje em dia ser tão talentoso, eu me senti limitado, já que comecei a produzir há menos de um ano. Ainda é muito difícil porque eu só comecei a carregar um teclado por aí há menos de um ano. Eu ainda não sou muito habilidoso para mexer com o equipamento, então ainda estou aprendendo. Eu sempre quis compor… e com isso quero dizer que sempre quis escrever melodias. Comecei a escrever sozinho uns 5 anos atrás. Eu comecei oficialmente em 2012, e queria não só fazer rap, mas cantar também. Queria fazer minhas próprias músicas. Queria expandir meu espectro musical, então eu continuamente escrevia melodias sozinho. Também estou sempre prestando atenção às tendências, e sou muito ambicioso [quanto à música].
Você lançou uma mixtape no passado. Qual era a mensagem que você queria passar com ela?
- Naquela época eu só queria lançar alguma coisa, mais do que mandar uma mensagem. Eu estava com raiva, por algum motivo. Não sei se era de mim mesmo ou do mundo, mas eu só pensei que tinha de contar a minha história. Depois de escutá-la [a mixtape] de novo, eu ainda não consigo dizer qual história eu estava tentando contar. Eu só queria lançá-la. Na época, eu não sabia como fazer arranjos, e falhei nesse aspecto. Havia um limite para contar minha história e também havia um limite porque eu peguei as melodias de outras pessoas e fiz minha história em cima delas. É uma mixtape com emoções misturadas de amor e ódio.
De onde você tira inspiração para as suas músicas e letras?
- Quando eu não estou pensando em escrever músicas, eu arranjo inspiração. Tenho muita vontade de fazer alguma coisa quando vou ao rio Han ou quando o dia acaba e estamos indo para casa. Quando eu assisto a um filme e ouço falas ou cenas não planejadas, às vezes penso que deveria fazer algo do tipo. Eu anoto muitas ideias, mas mesmo que eu anote cem, na realidade, eu acabo usando só três ou quatro delas.
A qual música você é mais apegado, de todas as que você fez até agora?
- Há uma música do BTS chamada “Young Forever”, e ela foi a primeira que eu produzi. Acho que sou mais apegado a ela porque foi a primeira música que eu propriamente produzi e lancei para o mundo. Eu acho que vou me apegar bastante a uma canção que fiz recentemente, “Dilemma” do HOMME, já que foi a primeira música que eu fiz para outro artista. Sempre há um significado especial por trás das “primeiras”.
Você sente que há uma separação entre ser um idol e um produtor?
- Ao invés de uma separação, acho que “produtor” e “idol” são mais do que capazes de se juntarem. Agora há também muitos idols que produzem bem. Se há uma diferença que eu sinto, é que trabalhar como produtor dos álbuns do BTS, para a música do HOMME, e para as minhas próprias canções são coisas bem diferentes. Uma persona diferente se forma. É bem estranho. Quando eu faço minhas próprias músicas, não me importo com nada, e só sigo meu instinto. Quando eu produzo para o BTS, penso em quantas pessoas vão escutar aquilo. As músicas tem que ser amadas pelas pessoas, e somos idols, então elas devem poder ser cantadas e ouvidas por todo mundo. Eu não posso ir só pelo instinto. Comercialização, diversas tendências e métodos têm de ser pensados estrategicamente. Para os outros, eu estaria dando uma música para alguém que não eu, então eu penso em como conciliar o que cada um de nós deseja fazer. As três coisas são bem diferentes, então se comprometer com elas não é fácil.
Qual é a parte mais importante a que você presta atenção quando está fazendo música?
- Eu olho para a extensão do impacto da melodia e da letra. Apesar de que, é claro, quando eu trabalho com o BTS, eu penso em quantas pessoas ouviriam a música. Se eu lançar uma música que eu não considero boa o bastante, mesmo se ela for muito apreciada, não terá significado algum para mim. Quando olho objetivamente para as músicas sozinho, se a música, a letra, a melodia e os instrumentos deixam um impacto é um fator muito importante. A satisfação própria também é crítica.
Você possui uma opinião musical que deve seguir ao fazer músicas?
- “Eu não tenho uma crença”, é a minha crença. Depois de fazer isso [música] taticamente, você percebe que há regras para músicas que se tornam populares. No entanto, “vamos ser mais despreocupados quanto a isso” também é uma crença. Mas acho que se torna previsível se seguirmos elas. Eu tenho feito música do jeito que eu prefiro. Eu faço do jeito que quero e incorporo as histórias e regras de outras pessoas. Se eu decidir que “vou fazer isso e pensar aquilo”, com certeza irei manter essa ideia, mas não estou certo de que isso vá acontecer assim, pois não faz muito tempo desde que comecei a produzir, porém parece que eu eventualmente irei “travar” em um desses jeitos. Estou tentando prestar atenção nessas coisas.
Há alguém para quem você quer muito dar uma música feita por você mesmo, como presente?
- Sendo um produtor, dar uma música para um cantor com habilidades vocais maravilhosas seria uma grande honra. No entanto, eu ainda não pensei sobre isso. Dar uma música para o HOMME foi pura sorte. Eu ainda não trabalhei para outros artistas em larga escala, então eu ainda não sei minhas capacidades como produtor. Há muitas pessoas com quem eu quero fazer colaborações. Talvez seja porque meu tom de voz é muito baixo (grave), mas eu tendo a gostar de quem possui um alcance alto e voz aguda. Pessoalmente, existem várias cantoras com quem quero trabalhar, as que tem vocais mais tristes e emocionais, como Younha, Lee Sora e Kim Yuna. Seja em uma colaboração ou qualquer outra coisa, eu gostaria de trabalhar com esses tipos de vozes.
Que tipo de música você quer fazer no futuro?
- Assim como no drama ‘Dear My Friends’, eu quero fazer música que me faça perceber coisas que não percebi antes. ‘Dear My Friends’ me deu uma catarse. Eu pensei em coisas como “pais também já foram jovens”, mas também me fez pensar de novo em coisas sobre as quais eu não sabia. Eu também quero fazer esse tipo de música.
Qual é a sua maior meta ou sonho?
- Minha meta é fazer o maior número de músicas que seriam incluídas na “playlist da vida” de alguém.
Por favor, mande uma mensagem de parabéns para o 9º aniversário do Xports News.
- Minha mensagem é que, eu tenho composto músicas há 10 anos, e a primeira vez que gravei e lancei meu rap foi em julho de 2007. Também fazem 9 anos que eu comecei a fazer rap. Ano que vem, acho que eu vou começar a entender que “fazer rap deve ser esse tipo de sentimento”. Meu pai disse, “você vai entender alguma coisa se a fizer por 10 anos”. Já que também fazem 9 anos para o Xports News, acredito que àqueles afiliados a vocês irão saber como é isso. Agora parece um desses momentos [em que você entende tudo], então eu os parabenizo ainda mais. Espero que o Xports News dure até 90 anos!
Fonte; Xports News
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