‘Love Yourself: Tear’ encontra harmonia pulando de gênero em gênero

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‘Love Yourself: Tear’ encontra harmonia pulando de gênero em gênero

O BTS está fazendo o que muitos disseram não ser possível: eles trouxeram o K-pop para o mercado ocidental, tornando-se inegavelmente os maiores artistas de K-pop do momento. Depois da turnê Wings Tour no ano passado, com ingressos esgotados e documentada na série Burn the Stage, do YouTube Red, o grupo foi adiante e ganhou o prêmio de Top Social Artist no Billboard Music Awards de 2017 graças a sua entusiástica base de fãs. Mais tarde eles ainda se apresentaram no American Music Awards. O grupo foi um dos nominados para Top Social Artist de novo este ano (prêmio que eles provavelmente ganharão), e eles apresentarão seu single mais recente, “Fake Love”, durante o Billboard Music Awards.

Mas esse sucesso não veio do nada. O grupo vem construindo sua imensa fanbase internacional desde o debut, em 2013, ganhando espaço internacionalmente antes mesmo de conquistar a audiência coreana. Graças, em grande parte, aos seus fãs, o grupo agora está atraindo a atenção de um público fora do K-pop. Mas se eles estão sentindo a pressão dos holofotes, isso não fica aparente no seu último álbum, Love Yourself: Tear, que se coloca como o mais descontraído até hoje.

Em “Singularity”, a introdução ao álbum, o vocal V se esgueira dentro da música com uma confiança silenciosa, que define o tom para o resto do CD. Sua voz rica e expressiva floresce e perdura, como fumaça saindo de uma vela depois que ela se apaga. Com uma sensualidade parecida, “Paradise”, escrita pelo produtor britânico de sucesso MNEK, traz o R&B tradicional que estava ausente do repertório do grupo nos últimos tempos. Uma das faixas mais sólidas do álbum, “134340”, tem um toque de jazz, com um loop de flauta alegre, dando aos rappers espaço para saborear os próprios versos entre os refrões crescentes. SUGA se destaca em especial, com um flow hábil e ainda assim charmoso.

Contrastando completamente da vibrante “DNA”, do ano passado, a faixa principal, “Fake Love”, torna-se obscura e casa o drama de Wings com a angústia de The Most Beautiful Moment in Life, álbum de 2015. Contudo, talvez a maior surpresa venha da colaboração com Steve Aoki em “The Truth Untold”. Totalmente distinta do remix de “MIC Drop” no ano passado, a canção emotiva é minimalista no uso de instrumentos crus, demonstrando as nuances na voz de cada cantor: os tons suaves e reconfortantes de Jin, a delicada doçura da voz de Jimin, as notas roucas de V e os vocais fortes de Jungkook; todos têm uma chance de brilhar.

A segunda metade do álbum dá a sensação de ser uma festa VIP para os fãs. Ao membro mais novo, Jungkook, é atribuído seu primeiro crédito de produção, por “Magic Shop”, uma música prometendo retribuir os fãs por todo amor e apoio. “Airplane pt.2”, continuação de uma faixa da mixtape do rapper J-Hope, se renova nas mãos do grupo todo. A pegada latina de tango assiste aos rapazes, que recentemente se enamoraram por “Despacito” e “Havana”, se aventurando à todo vapor no território das músicas latinas bregas e grudentas. “Anpanman” é um hino feito para agitar a plateia (e uns aos outros), na mesma veia que “Boyz with Fun” e “Attack on Bangtan”, com uma pitada do toque auto-depreciativo de “Silver Spoon” para completar. O líder e rapper RM derruba a porta de “Outro:Tear” e sai batendo os pés pela música toda, com SUGA e J-Hope logo atrás, desafiando os fãs a perguntarem sobre a próxima “Cypher” de novo.

Apesar de a primeira parte da série Love Yourself, que é Love Yourself: Her, ter sido lançada em setembro passado, o crescimento do BTS desde então é notável. Enquanto a primeira divisão da série soava inquietante e desconexa, por sua variedade de estilos, Love Yourself: Tear pulando de gênero em gênero soa apenas como se grupo estivesse se divertindo. Como expressaram diversas vezes durante Burn the Stage, os integrantes ainda estão maravilhados com o próprio sucesso, mas cientes do quão facilmente este pode desaparecer. Então ao invés de se concentrarem na popularidade, eles estão escolhendo aproveitar o momento, uns aos outros e a seus fãs. E Love Yourself: Tear faz exatamente o mesmo.

Fonte: Spin

Artigos | por em 23/05/2018
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