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O grupo coreano do topo dos charts já se manifestou sobre os direitos LGBTQ, saúde mental e muito mais.
Na moderna Coreia do Sul, estrelas do pop e política não se misturam normalmente. Enquanto alguns artistas do meio hip-hop (como o Epik High) falam sobre assuntos controversos, muitos grupos de idol tendem a uma postura arredia, com uma forma apolítica para atingir sucesso.
BTS, primeiro artista do gênero a alcançar o topo do Billboard 200, tornou-se um quebrador de recordes em sucessão por causa de sua vontade de contrariar essa convenção. Os sete jovens que integram o grupo são conhecidos por expressar suas opiniões desde o debut, discutindo abertamente sobre os direitos LGBTQ, saúde mental, e a pressão do sucesso – todos tópicos tabus na Coreia. Uma postura particularmente corajosa vista a histórica tendência do governo coreano de se manter de olhos abertos para temas controversos no meio do entretenimento. Ao se manterem entre a tênue linha de imagem respeitável e voz crítica, BTS ofereceu uma mudança refrescante para o que críticos e fãs costumam desgostar sobre a indústria K-Pop.
A histórica mente aberta do grupo data de 2013, quando ainda inexperientes de palco já falavam sobre relações entre pessoas do mesmo sexo, poderia ser um tiro certeiro para o fracasso. O líder do grupo, RM, fez um tweet em admiração pelo hit “Same Love”, de Macklemore & Ryan Lewis, “Esta é uma música sobre homossexualidade. A música é duas vezes melhor agora que escuto a mensagem.” Naquele tempo ele era relativamente um artista desconhecido com pouco a perder. Mas no começo deste ano, RM mais uma vez usou o Twitter para recomendar a música “Strawberries and Cigarettes”, de Troye Sivan, um artista abertamente gay que escreveu a música para a comédia romântica “Com amor, Simon” que trata de um jovem descobrindo sua sexualidade ao se apaixonar por um amigo que conhece online.
São pequenos gestos, mas significam muito para os fãs do grupo. Os direitos LGBTQ certamente não são perfeitos nos EUA, mas na Coreia a situação é abismal, tanto que a Anistia Internacional se envolveu no ano passado após o país ter sentenciado um soldado a seis meses de prisão por ter uma relação consensual com outro homem.
Por trás dos gritos de animação que enchem qualquer arena onde o BTS se apresente há milhões de devotos que ultrapassam gerações, gêneros, religião, nacionalidade e sexualidade. E esses fãs – coletivamente conhecidos como ARMY – escutam atentamente às letras e mensagens escritas pelo grupo, antes de disseminá-las e traduzi-las para as mais diversas línguas.
Para o BTS e seus fãs, atitudes de generosidade majoritariamente carregam uma mensagem política. Após a balsa Sewol Ferry afundar em abril de 2014 na Coreia, matando aproximadamente 300 estudantes, políticos coreanos tentaram se distanciar da tragédia. Os pais em luto participaram de greves de fome, enquanto os defensores conservadores da então presidente Park Geun-Hye minimizavam as mortes, dizendo que era necessário ultrapassar os tempos de calamidade. Jornalistas tempos depois expuseram uma lista-negra sancionada pelo governo coreano de artistas que aparentemente criticaram o governo de Park Geun-Hye; enquanto o BTS provavelmente não tinha nenhum conhecimento disso, eles demonstraram o lado que apoiavam ao doar 100 mil won para beneficiar as famílias das vítimas.
Anos atrás, SUGA disse a seus fãs que quando ele se tornasse rico, ele compraria carne para todos eles – um caro presente na atual Coreia devido às altas taxas de importação do país. Em seu 25° aniversário, este ano, ele cumpriu sua promessa. Mas ao invés de escolher a dedo alguns fãs para jantar, ele fez uma doação de 19 mil won em carne e doou para orfanatos em nome do ARMY. Seus fãs ficaram encantados e seguiram o exemplo se juntando a ele e fazendo suas próprias doações.
Quando o BTS se juntou em parceria com a UNICEF para a campanha antiviolência “Love Myself”, seus fãs se interessaram em ajudar e em dois dias arrecadaram 1 milhão de dólares para alimentação de crianças desnutridas.
Com o amadurecimento do septeto de adolescentes para jovens-adultos, suas letras ganharam mais seriedade. Assim como também sua franqueza em relação às questões que importam para eles. O grupo tem conhecimento que sua fama permite a eles ter uma grande voz e plataforma.
Trinta e seis sul coreanos cometem suicídio todos os dias, de acordo com números do Ministério da Saúde da Coreia. Enquanto o governo tem sido lento em dar atenção a esse problema, alguns integrantes do BTS falam abertamente sobre suas lutas contra a depressão. No recente documentário em série “Burn the Stage”, um fã disse, “Tem momentos que o BTS é a única razão pela qual eu acordo de manhã.”. No mesmo episódio, RM falou sobre como sua depressão previamente fez com que ele tivesse medo de estar no palco: “Eu era incapaz de aproveitar as coisas como eu deveria.” E na mensagem anual de fim de ano do grupo para seus fãs, SUGA frisou que, “Está tudo bem viver sem ter sonhos.”
Os integrantes do grupo sabem em primeira mão como a intensa pressão que muitos de seus compatriotas sofrem na época escolar podem afetar negativamente na saúde mental. Com suas músicas, o BTS diz a seus fãs para lutar e se manterem vivos. “Viva como você quiser, é sua vida de qualquer maneira,” eles cantam na vibrante “Fire”. Eles continuam o tema de sobrevivência em suas novas músicas, como é “Paradise”, onde eles dizem para seus ouvintes que está tudo bem em ter objetivos modestos: “Nós merecemos viver.”
E o governo sul coreano está ouvindo. Após a histórica conquista do BTS no topo do Billboard 200 nesta semana, o presidente Moon Jae-In disse, “BTS possui uma habilidade mágica de transformar tristeza em esperança, e diferenças em similaridades.” E nós concordamos.
Fonte: Rolling Stone
Trans eng-ptbr; Bia Rehm @ BTSBR
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