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O último álbum dos mestres da fórmula K-pop trabalha de forma habilidosa temas como amor e perda, com uma ênfase no rap mais forte do que nunca.
O K-pop há muito tempo está pronto para a sua grande explosão nos EUA e as estrelas se alinharam para o boygroup sul-coreano BTS. Não faz mal que agora seja mais fácil do que nunca ser um fã de K-pop neste lado do mundo, com o gênero sendo trabalhado sob medida para nossa atual cadeia de conteúdo alimentada por algoritmos. O BTS aproveitou a oportunidade, construindo uma base de fãs sedentos, não apenas em casa e nos Estados Unidos, mas também na América do Sul e Europa. O Bangtan (seu nome completo, Bangtan Sonyeondan, traduz-se “Bulletproof Boy Scouts” em Inglês), foram projetados para este momento, passando por uma curadoria, esteticamente otimizados para o consumo ocidental.
O BTS foi apresentado como a alternativa de arte a energia maníaca retratada pelo K-pop: um ato modesto, militante, cuja música é um veículo para escolhas e declarações artísticas maiores. Depois de fazerem o seu debut com um estilo “swag” característico do hip-hop, o grupo evoluiu da mistura de “rap cantante” para o esplendor eletro-pop. O conceito do álbum Wings (2016), foi inspirado no livro Demian (1919) de Hermann Hesse. O conceito visual de uma das melhores músicas do BTS, “Blood Sweat & Tears”, possui fotos pitorescas emolduradas em um museu pop-up como “A Queda dos Anjos Rebeldes”, “Pietà” de Michelangelo e citações de Nietzsche gravadas em pedra, que produziram leituras dramáticas de fãs do simbolismo presente no vídeo. Os membros co-escrevem e produzem suas canções, algumas das quais abordam profundamente questões como o bem-estar mental e a responsabilidade social, um processo que levou muitos a chamarem suas músicas de mais “pessoais”, uma palavra usada como atrativo para a canção ser levada mais a sério. Suas táticas foram imitadas por outros grupos posteriormente, mas de qualquer forma, o BTS é simplesmente o modelo K-pop maximizado por sua eficiência.
Love Yourself: 轉 ‘Tear’, sucessor do mini-álbum Love Yourself: ‘Her’ (2017) da discografia coreana e o japonês ‘FACE YOURSELF’ lançado nos primeiros meses de 2018, é uma marca caleidoscópica dessa eficiência, observando a fórmula refinada que o BTS está aperfeiçoando desde 2015. ‘Tear’, assim como ‘Her’, é uma espécie de álbum conceitual. Cerca de metade das músicas aderem ao subtítulo do álbum. Se “Her” foi uma variedade de canções de amor que professam corações, então “Tear” é o inverso. Ele lida principalmente, embora não exclusivamente, com o ciclo de pesar que perdura através de uma separação. Mas todas as músicas geralmente encontram seu caminho de volta ao amor próprio em algum momento. A faixa de abertura, “Intro: Singularity”, fornece sua tese. “Mesmo nos meus sonhos momentâneos / As ilusões que me torturam ainda são as mesmas”, canta V. “Eu me perdi ou ganhei você?”
Escrito e arranjado em parceria com o colaborador de longa data Pdogg e Hitman Bang (CEO da Big Hit Entertainment), juntamente com o apoio de outros parceiros como Steve Aoki, MNEK e DJ Swivel – co-produtor do Chainsmokers), ‘Tear’ tem como objetivo a coesão sonora e produz músicas prismáticas e divertidas durante este processo. Existe um nível de consistência temática em ‘Tear’ com pelo menos uma aparência de arco emocional sendo explorado nas 11 faixas: navegando entre um mundo de sonhos e a realidade em busca de um paraíso pessoal (que pode ser interpretado como uma analogia à ser uma estrela pop, visto especialmente em “Airplane PT. 2”), perdendo o amor e enfrentando as ansiedades e a solidão necessários. Tudo isso vem à tona no primeiro single “Fake Love”, caracterizado por uma letra que se traduz em: “Eu cresci uma flor que não podia florescer / Em um sonho que não pode se tornar realidade”.
O K-pop é muitas vezes experimental em forma e função, o que traz resultados que podem ser singularmente extraordinários em tom e qualidade. O BTS não está imune a isso, seus rappers – RM, J-Hope e SUGA – ancoram o grupo, não apenas mantendo-o ancorado a uma estética unificada em meio a mudanças de flow constantes, mas ditando muito do que acontece na música. De forma arrebatadora, na faixa dedicada exclusivamente ao trio “Outro: Tear”, os rappers se revezam nos levando ao êxtase com cadências fortes, às vezes subitamente trocando de lugar. Os vocalistas do grupo trocam curtos e doces trechos que muitas vezes giram em torno dos versos de rap. Onde os rappers são frequentemente substitutos e posições vagas em outros grupos de K-pop, eles são essenciais para a estrutura e composição das canções no BTS. Sussurros e vozes mansas e envolventes fazem “134340.” Em “Love Maze”, RM equilibra e brinca com as sílabas enquanto SUGA nos envolve com o flow característico do mais velho do trio. Entre eles, os outros membros se fazem notáveis com sussurros melódicos. O sequenciamento das rotinas vocais é tão cuidadosamente sincronizado quanto a coreografia em seus vídeos.
‘Tear’ não é tão ambicioso, estonteante ou trágico como Wings, que deu a cada um dos sete membros uma faixa solo, que vai desde a balada de piano e melodrama sinfônico de holofotes ao rap alternativo com “Blood Sweat & Tears” como sua peça central ideológica e estética. Mas há momentos como o atual, em que o BTS parece mais equilibrado e mais sincronizado do que nunca. O faixa “The Truth Untold” produzida por Aoki é uma surpresa épica; em vez de se inclinarem para o pop com sabor de EDM ou para a armadilha do remix de MIC Drop também em colaboração com Aoki, eles optam por uma balada ao piano meticulosamente pensada, perfeita, em que os quatro vocalistas do grupo entram e saem de suas estrofes com maestria. “Paradise” é amplamente impulsionado por alternadas trocas vocais graciosas de Jungkook, V, Jin e Jimin, que aparecem e recuam gentilmente.
Ao longo de Love Yourself: 轉 ‘Tear’, somos capazes de perceber que o BTS são sua melhor versão quando se apoiam uns nos outros, a troca mútua, é seu principal elemento.
A nota geral para o álbum é 7.1/10.
Fonte: Pitchfork
Trans eng-ptbr; Caroline Piazza @ btsbr
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