O BTS está quebrando o estereótipo do K-Pop nos Estados Unidos?

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O BTS está quebrando o estereótipo do K-Pop nos Estados Unidos?

Desde a sua primeira aparição no Billboard Music Awards em meados de 2017, o BTS tomou os EUA como uma tempestade. O que torna o grupo tão especial e como eles estão quebrando o protocolo quando se trata de romper um mercado notoriamente difícil?

Se você está sempre no Twitter, YouTube, Instagram ou em qualquer outro site de mídia social – sério, há uma grande probabilidade de você ter se deparado com pelo menos duas fotos ou vídeos relacionados ao boygroup mundialmente conhecido, BTS.

Ame-os ou odeie-os, você tem que admitir que o mundo está curioso sobre eles.

Do seu comeback no Billboard Music Awards 2018, ao seu mais novo álbum, Love Yourself: Tear, conquistar o primeiro lugar das paradas americanas, nada tem impedido que o grupo se torne o primeiro e verdadeiro artista K-pop a quebrar a barreira e findar seu caminho para a consciência da música americana.

No entanto, há três perguntas que devem ser feitas (e respondidas) antes que isso aconteça:

O que há de diferente no BTS?

Como eles se diferenciam do grupos regulares de K-pop?

O que os levou até este ponto?

Vamos descobrir.

OS FÃS

Indiscutivelmente o traço mais notável do BTS é o seu fandom – ARMY.

Muito já foi dito sobre o quão escandalosos, dedicados e “obcecados” eles podem ser. Mas, na maioria das vezes, essa retórica é apresentada principalmente por ocidentais que ainda não se aprofundaram nos motivos pelo qual os ARMYs são assim (de qualquer forma, eu não os descreveria assim necessariamente).

Essa não é uma avaliação justa de sua legião de fãs.

Claro, isso pode soar clichê, mas há uma razão para que os seguidores mais fervorosos do BTS sejam tão leais a esses sete garotos.

Os ARMYs fazem muito por esses caras, eles têm sido uma presença constante na vida do grupo desde o seu debut, no verão de 2013.

Um exemplo fantástico de sua dedicação é a relativamente recente festa de streaming “Beyhive X ARMY” que foi realizada no Twitter. Não só foi uma maneira fenomenal de elevar os números de streaming do grupo, como também introduziu sua música numa grande seita de fãs de Beyoncé (ou mais apropriadamente, stans) que nunca teriam dado uma segunda olhada à discografia do BTS.

A devoção dos ARMYs também não passa despercebida pelos garotos.

De redes sociais como o seu fancafe onde eles podem se comunicar com os fãs, ao reconhecimento constante em cada prêmio que o grupo conquista à um integrante do grupo com o logotipo ARMY estampado em seu ponto intra-auricular, BTS e ARMY são como unha e carne.

Com essa intimidade, vem a tendência de as coisas saírem um pouco… do controle, para dizer o mínimo.

É claro que com um fandom tão grande quanto esse, você provavelmente terá sua dúzia de ovos podres. Poucos? Sim, mas definitivamente altos o suficiente para causar uma agitação.

Tem havido incidentes em que alguns fãs atormentaram os DJs de rádio a ponto de quase deixarem de tocar a música do grupo, ‘intimidando’ potenciais/ex-colaboradores acusando-os de se aproveitarem do sucesso do grupo e apenas tolices gerais que afastam possíveis novos ouvintes. Felizmente, esse comportamento parece ser mantido sob controle e ao mínimo atualmente.

Eu quero reiterar, apenas uma pequena parcela de fãs que fazem isso. Felizmente, os bons ‘ovos’ superam os maus, mas não justifica o comportamento nocivo.

Essa imprudência pode ser admirável aos olhos das pessoas que participam desse caos, mas talvez, esse nível de fãs intensamente dedicados seja o que preocupa o BTS quando eles discutem sua influência global como um grupo.

OS INTEGRANTES

Formado por sete membros, o grupo e seus muitos talentos são a razão pelo qual os ARMYs são tão dedicados.

Começando do mais jovem ao mais velho: JungKook, V, Jimin, RM, J-Hope, SUGA e Jin são os jovens que compõem o grupo. Com todos eles estando em seus vinte e poucos anos, você pode imaginar a quantidade de estresse e pressão que esses meninos enfrentam.

Enquanto a maioria dos caras da sua idade estaria na faculdade, prestes a se formar, ou começando no mercado de trabalho, o BTS tem que se preocupar com várias coisas que afetam tanto o presente quanto o seu futuro.

Como dito anteriormente, o grupo tem mais de milhões e milhões de fãs, e com um número tão grande, há a inevitabilidade de não agradar a todos.

Você não pode fazer todo mundo gostar de você, e os meninos sabem disso; pegue o seu documentário Burn the Stage do YouTube Red, por exemplo.

A indústria K-pop é notoriamente conhecida por dar uma quantidade infinita de acesso aos seus ídolos, mas, ao mesmo tempo, nada.

Claro, podemos saber a sua cor favorita, ou a comida que eles mais gostam, mas em comparação com os seus homólogos ocidentais, os ídolos K-pop são reservados quando se trata de assuntos como inclinações políticas ou relacionamentos passados.

O BTS não se encaixa nesse preceito.

Durante o Burn The Stage, vimos o grupo discutir suas esperanças, sonhos, ansiedades e aflições em meio à sua ‘The Wings Tour’, que durou do início de fevereiro de 2017 até o final de novembro do mesmo ano e viajou o mundo.

O primeiro episódio mostrou os meninos falando sobre como eles queriam ser retratados durante o documentário de oito episódios. Essa conversa (resumida em dois minutos) deu o pontapé inicial para o resto da série.

De dor crônica a noites sem dormir e bloqueio de escritor, combine isso com as constantes viagens, shows de duas horas e meia, e você terá a receita para um ambiente de alta tensão e estresse.

O que leva o grupo à esses limites?

Sua fome de sucesso, os ARMYs e um pouco de ego.

Estas são as três coisas que mantém o grupo funcionando e eles estão cientes disso. O BTS tem sido extremamente transparente quando se trata das consequências de estar “no topo do mundo”.

Vamos tomar seu recente Comeback Show, onde eles discutem sobre ‘Fake Love’, faixa título do álbum Love Yourself: Tear.

A maioria dos fãs inicialmente acreditou que a música poderia ter sido sobre um relacionamento que se esvaiu, mas na verdade, foi teorizado que a letra é baseada na relação do grupo com a fama.

O grupo guarda muita coisa pra si mesmos, e é claro, isso é natural.

É fácil ver que o grupo se cansa de ter que viver de aparências 24/7. Na indústria do K-pop, ser tão franco quanto o BTS e dividir muita informação pessoal é uma fraqueza, mas nos olhos do grupo, é visto como uma força.

Junte isso com a incrível ética de trabalho e dedicação do BTS à sua música e é fácil ver por que os ocidentais estão se interessando pelo septeto.

De acordo com este artigo da Rolling Stone escrito em maio, vários produtores com quem o grupo havia trabalhado reiteraram o forte compromisso do BTS com sua arte.

Eles defendem que o som do grupo é “revigorante” e “inovador”. Ao contrário da maioria dos grupos de K-pop cuja música pode soar como uma imitação da marca ocidental, o BTS está de bom grado saindo de sua zona de conforto, trazendo-nos um som que agrada aos ouvidos mais exigentes da música.

Até mesmo o patriarca do grupo, ‘Hitman’ Bang, é um purista musical, às vezes colocando as composições musicais do grupo acima da divulgação. Existem prós e contras para este método, mas mostra que o BTS não é um acaso. Se eles fossem, o grupo não teria uma recepção tão calorosa para o seu novo álbum, superando até mesmo a maioria dos contemporâneos do mainstream.

Isso é o que separa o BTS do seu habitual grupo de K-pop. Eles não só têm um som que é singularmente diferente dos seus típicos grupos pop coreanos, eles têm o talento e motivação que força as pessoas a ouvirem o que eles têm a dizer.

O desejo de ser o melhor que podem alcançar é o que motiva o grupo a se tornar superestrelas globais. É o que os leva a ser o melhor que podem ser para si mesmos e para seus fãs.

Com essa aclamação vem as expectativas, e com as expectativas surge uma chance maior de cair, especialmente quando todo o país está de olho em você.

SEU PAÍS

É seguro dizer que o país da Coreia do Sul e o BTS estão intrinsecamente ligados.

Na verdade, quando a maioria dos coreanos é questionada sobre o BTS, a primeira coisa que mencionam são as grandes conquistas no Ocidente, até mesmo o Presidente do país fez isso!

Eles reconhecem que o grupo fez muito pela Coreia. O septeto foi apelidado como “o maior grupo idol coreano, reconhecido dentro e fora do país”.

Isso é especialmente verdade quando se trata do público em geral que só ouviu falar do grupo uma ou duas vezes.

Por exemplo, veja o jogo de futebol entre a Alemanha e a Coreia do Sul que aconteceu há algumas semanas na Copa do Mundo na Rússia.

O México precisava que a Coreia do Sul ganhasse para continuarem na competição, por sorte, os coreanos resolveram o problema e venceram a Alemanha, mandando o México para a próxima fase.

O que isso tem a ver com o BTS?

Bem, assim que o jogo terminou, a faixa-título do grupo subiu 31 posições no iTunes México, surpreendendo a todos no fandom. O fato de a maioria dos fãs de futebol pensarem no BTS e não na equipe sul-coreana quando relacionam a Coreia do Sul, é uma prova de como eles são conhecidos.

É seguro dizer que o país da Coreia do Sul e o BTS estão intrinsecamente ligados.

A fama do grupo tem sido tão positiva em seu país de origem que até mesmo a possibilidade de escaparem do serviço militar está sendo discutida, mas provavelmente será apenas uma sugestão em vez de uma medida definitiva.

Quando se trata de ser um boyband global, o BTS está no caminho certo. Eles têm os fãs, a musicalidade e a ética de trabalho para chegar a qualquer lugar, a questão é: para onde eles vão a partir daqui?

…E ALÉM?

A possibilidade de o BTS minimizar seu rótulo “K-pop” é muito mais tangível do que pensamos.

O grupo mostrou que eles podem “bater” de igual para igual com os “pesos pesados” na indústria da música ocidental e ultrapassar a maioria deles.

Talvez o que impulsione o BTS para o mainstream seja o próximo álbum, Love Yourself: Answer.

Muitas pessoas acham que este próximo lançamento altamente esperado pode ser o catalisador que cimenta o status do grupo na bolha da música ocidental, superando qualquer grupo de K-pop que veio antes deles.

Outra possibilidade para o grupo é uma possível indicação ao Grammy, um sonho – sim, mas não é um crime sonhar. Junte isso com a longa fila de pessoas esperando para colaborar com eles, incluindo personalidades como o produtor TM88, de Atlanta, cantores como Charlie Puth e Gallant, e você terá um futuro brilhante à frente para esses sete garotos.

Com tudo isso listado, é seguro dizer que o BTS é uma anomalia.

Eles romperam o rótulo ‘K-pop’ e formaram seu próprio caminho. Eles passaram seus antecessores e mais alguns. A maioria das pessoas chega ao K-pop por causa do BTS, e isso não é uma coincidência.

Isso não é uma ligeira comparação com os artistas que vieram antes deles, mas o BTS está realmente a caminho de se tornarem superastros globais – alguns podem argumentar que eles já são.

Se as novas músicas do grupo em seu lançamento, Answer, excederem as expectativas, e sua turnê colaborar ainda mais o septeto no supergrupo que são, eles podem muito bem se desassociar do típica grupo “K-pop” para sempre.


Fonte: Beat

Trans eng-ptbr: Caroline Piazza @ btsbr

Artigos | por em 05/08/2018
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