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A primeira coisa que vem à cabeça quando a palavra “K-Pop” aparece é geralmente uma imagem do PSY dançando o seu hit, Gangnam Style. Mas há muito mais no mundo da música pop sul-coreana, um gênero musical curioso e levemente assustador que tem as suas próprias regras, convenções e costumes, onde “idols” são venerados como deuses em seu próprio país mas — para a maioria das pessoas — passam despercebidos fora da Ásia.
Agora isso está começando a mudar, graças a um supergrupo que começou sua turnê mundial esgotada em questão de minutos. Em maio, a força da música pop conhecida como BTS se tornou o primeiro grupo de K-Pop a chegar ao topo das paradas estadunidenses da Billboard.
Mais recentemente eles extinguiram o recorde de Taylor Swift para o vídeo mais assistido em 24 horas, com assustadores 45 milhões de visualizações no clipe de seu novo single, IDOL — que também se tornou sua primeira música no Top 40 do Reino Unido.
Enquanto a indústria musical lamenta baixas vendas de álbuns, os negócios do BTS estão explodindo: eles venderam 1.6 milhões de cópias do seu quinto álbum de estúdio em fevereiro de 2018, um recorde da Coreia do Sul. Nesse mês eles também foram os primeiros artistas de K-Pop a ganhar um disco de ouro, vendendo mais do que meio milhão de cópias de sua música MIC Drop (Remix). Foram também a primeira música de K-Pop a passar das 50 milhões de reproduções no Spotify em 2017, e continuam quebrando recordes quase que diariamente.
Nada disso espanta consistentes fãs do gênero: “Dentro da comunidade do K-pop, eles já fazem sucesso há um tempo,” explica Holly Smith da UnitedKpop, um site britânico que cobre notícias e fofocas da cultura pop coreana.
O grupo de sete integrantes está junto desde 2013, produto da empresa de entretenimento sul-coreana BigHit Entertainment. Mas, fiel aos padrões do K-Pop, o processo de desenvolvimento levou anos.
BTS é formado pelos integrantes RM, Jin, SUGA, J-Hope, Jimin, V e JungKook e é liderado por RM. O jovem de 24 anos é a força motora por trás do grupo, produzindo e escrevendo um grande número de seus hits; o grupo inteiro foi construído ao redor dele.
“Geralmente esse papel é tomado pelo mais velho na cultura coreana,” explicou Smith. Mas a maturidade e a proficiência no inglês de RM significam que ele tomou um papel mais proeminente no grupo. “Ele carrega muito nos ombros quando o assunto é pressão e imagem global,” ela diz. “Ele é definitivamente o motor de seu alcance global.”
RM também é um prodígio. Extremamente intenso e com um QI de 148, RM conseguiu equilibrar seu trabalho com o BTS e também projetos solo, incluindo participações em músicas de Fall Out Boy e Wale.
RM, J-Hope e SUGA são os integrantes originais do protótipo do grupo, vendendo o seu peixe em shows na cena underground sul-coreana. “Eles pendiam mais ao hip-hop e rap nos seus trabalhos,” diz Smith.
Quando se viram diante das circunstâncias com a BigHit Entertainment, se uniram aos outros quatro integrantes, que modelaram sua música a algo mais relacionado ao pop. “Eles são capazes de equilibrar essa origem no hip-hop com um pouco de pop,” Smith afirma. “Você não consegue resumi-los em um gênero específico.”
Eles são vistos como um pouco mais brutos e menos polidos do que a maioria dos grupos operando na cena do K-pop, e aderiram — felizmente, considerando sua expansão internacional — influências de boybands ocidentais. Eles também não tem medo em adaptar e mudar um pouco para manter um ar de novidade em seus atos, e agradar o máximo de fãs possível.
BTS primeiramente ganhou seguidores na implacável indústria do K-Pop antes do lançamento oficial do seu single, dando conteúdo aos poucos para os fãs como covers de músicas no SoundCloud e pequenos vídeos no YouTube. Seu primeiro álbum, 2 Cool 4 Skool, conseguiu uma respeitável posição de quinto lugar nos charts de álbuns coreanos.
Levou dois anos de turnê — incluindo uma visita ao Japão — para a banda fixar sua reputação entre o alto escalão das bandas de K-Pop.
Eles conseguiram esse feito de diferenciando da competição no mundo do K-pop. “Eles abrangem assuntos que são bem incomuns no K-Pop,” diz Smith. “Não é apenas sobre amor e coisas do tipo; suas músicas são sobre saúde mental e bullying na escola e ser levado à sério quando se é jovem.”
Esses assuntos, Smith lembra, ajudaram-os a encontrar um público mais internacional para além da Coreia do Sul, mesmo que seus álbuns tenham conceitos de altíssima classe. Um deles, WINGS, foi baseado em um obscuro romance de formação de 1919 escrito por um romancista alemão; eles lançaram vídeos baseados nos romances de ficção científica de Ursula K. Le Guin; Magic Shop, uma música em seu último álbum, é inspirada na autobiografia do neurocirurgião estadunidense James R. Doty, e levou ao aumento assustador das vendas do livro na Coreia do Sul.
Thank you @BTS_twt https://t.co/8XWoX7plH8
— James R. Doty, M.D. (@jamesrdotymd) June 5, 2018
[TRAD] Obrigado, @BTS_twt
(Livro que inspirou “Magic Shop” se torna best seller na Coreia, confira a tradução na íntegra aqui)
BTS até inspirou fãs dedicados a desenvolver o que eles acreditam ser uma teoria, onde as músicas do grupo são conectadas por uma ampla temática de viagem no tempo. RM, de sua parte, sugeriu que a música do BTS deve ser vista com o expandido universo de Star Wars.
Mas eles fazem mais do que aumentar a venda de livros obscuros. Seu sucesso alavancou não só a eternamente expansiva indústria do K-Pop, mas também empurrou os preços no mercado de ações sul-coreano. Quando o grupo ficou no topo das paradas de álbuns da Billboard nos Estados Unidos, o preço das ações de empresas de entretenimento do outro lado do mundo (Big Hit Entertainment, a empresa que dirige o grupo, está planejando sua oferta pública para o ano que vem) subiram.
Eles também são enormes fora da Coreia do Sul. Eles são garotos propaganda da Puma, LG e Coca-Cola, o rosto dessas marcas ao redor do globo. É uma prova do seu alcance e respeito. Mas o que os faz aqueles que quebraram a barreira do pop ocidental?
Certamente não tem nada a ver com Gangnam Style, diz Smith. “Aquilo foi visto como uma novidade. ‘Olhe esses asiáticos bobos e o que eles fazem.’ K-pop ainda era visto como um produto exótico, enquanto BTS são um dos primeiros a realmente ultrapassarem a barreira e serem levados a sério internacionalmente.”
Eles conseguiram derrotar Ariana Grande, Selena Gomez, Justin Bieber e Shawn Mendes e ganharam o prêmio de Top Social Artist no Billboard Music Awards de 2017. Sua vitória foi resultado da enorme fanbase do grupo, que conseguiu reunir seu apoio para ganhar a competição com mais de 300 milhões de votos. (Não surpreendentemente, eles ganharam a mesma categoria esse ano.)
“Nós ainda não acreditamos que estamos pisando nesse palco,” o grupo disse ao receber seu prêmio. “Estar nessa categoria com artistas tão incríveis, nós estamos honrados.” Esse foi apenas um exemplo do poder da gigante fanbase do grupo, que não são chamados de “ARMY” (exército) por nada.
“Nas redes sociais, eles são realmente uma força,” explica Smith. “Os fandoms de K-pop como um todo são muito apaixonados, muito mesmo, mas ARMY especialmente. O fandom foi vital para ajudá-los. Eles lutaram, e lutaram para serem reconhecidos em escala internacional.”
Uma das maiores bandas ocidentais levantaram bandeira branca ao se deparar com a competição contra o alcance global de BTS. 5 Seconds of Summer, uma boyband australiana, recentemente tweetou que “estamos apanhando aqui” quando foram colocados contra o BTS em uma categoria votada por fãs. O grupo foi curtido e retweetado meio bilhão de vezes no ano passado.
Eles foram comparados a outro gigante dos grupos musicais que conseguiu sucesso internacional e teve uma devota fanbase: The Beatles. Mas o próprio grupo abafou qualquer comparação. “É aquela coisa da cultura coreana de não querer ser comparado,” diz Smith.
They all have plastic surgery. They are all wearing lipstick. This is what Crazy Rich Asians actually look like. pic.twitter.com/u8ruEsYb7R
— Joseph Kahn (@JosephKahn) August 9, 2018
[TRAD] Eles todos fizeram cirurgia plástica. Eles todos usam batom. É isso que Asiáticos Podres de Ricos* realmente parece.
Nem todo mundo está gostando da ascensão de BTS como seus fãs. Joseph Kahn, o diretor coreano-americano do clipe de Bad Blood, da Taylor Swift, se tornou notícia nacional na Coreia da Sul ao tweetar sua crítica ao grupo.
Enquanto vários artistas K-Pop lutam contra o sistema de controle que parte das empresas de entretenimento que lucram sobre sua luta de poder, BTS parece ter escapado da forca.
O K-Pop é conhecido pelos seus quase criminosos grupos de entretenimento que tratam seus artistas como escravos, forçando neles cirurgia plástica, fazendo-os viver em dormitórios em péssimas condições e controlando suas vidas — até exigindo que fiquem solteiros para serem mais desejáveis para fãs mais jovens. Mas BTS parece ser mais bem tratado, e melhor pago do que os demais.
“Uma vez que você atinja um certo nível de popularidade,” diz Smith, “você pode ultrapassar isso e porque você é mais valioso para a empresa, o tratamento fica melhor.” Além disso, Big Hit Entertainment, a gravadora de BTS, nunca esteve incluída nas fofocas sobre maus tratos contra seus artistas.
Embora sua exata renda seja desconhecida, o grupo se mudou de dormitório para a sua própria e luxuosa casa. Sua popularidade, ao menos na superfície, parece dar a eles mais espaço para a vida que querem.
*Asiáticos Podres de Ricos é um best seller internacional que inspirou a adaptação para o cinema, “Podres de Ricos”
Fonte: The Telegraph
Trans eng-ptbr; gabriela @ btsbr
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