Uma forma de interpretar a saga “Love Yourself”, do BTS

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Uma forma de interpretar a saga “Love Yourself”, do BTS

Não é segredo que o BTS tem talento para transmitir mensagens profundas através de sua música.

Conhecido por sua narrativa social orientada a millenials, o septeto aventurou-se no campo do romance em seus lançamentos mais recentes.

BTS lançou “Love Yourself: Tear” em 18 de maio, a sequência de “Love Yourself: Her” de 2017. Como qualquer canção do BTS, a saga “Love Yourself” é cheia de pistas misteriosas e um rico imaginário.

Uma forma de interpretar as canções da saga de “Love Yourself” é compará-las à diferentes fases da paixão. Inúmeras interpretações sobre as músicas do BTS existem, mas aqui segue uma sobre a jornada romântica do grupo.

“Love Yourself: Her” (2017) retrata o processo de se apaixonar

Estágio 1: “Serendipity”

 

Revelados duas semanas antes do lançamento oficial do álbum em setembro do ano passado, “Serendipity” põe-se como um trailer ao começo da história de amor de “DNA”.

 

A canção de amor R&B é a única faixa solo de um total de nove no álbum, cantada por Jimin, com a letra escrita por RM.

 

“Você tem que vir me salvar”, canta Jimin sobre um primeiro encontro afortunado, chamando o objeto de amor “minha salvação, meu anjo, meu mundo”.

 

Apaixonar-se é espontâneo e natural. Tudo funciona a partir de uma simples premissa: “Você me ama e eu te amo”.

O videoclipe é matizado com sépia dourada, junto de objetos com variações de tons de amarelo, criando uma esfera quente e aconchegante.

Estágio 2: “DNA”

Depois do primeiro encontro, o amor, agora, está florescendo. Cores vivas explodem ao fundo enquanto o BTS dança com mechas coloridas em seus cabelos e lentes de contato de tons pastéis, emitindo uma energia vibrante e bombástica.

O amor é comparado a uma “fórmula matemática” (um fato totalmente comprovado) e a uma “providência divina” (o destino criado pelo universo).

A canção descreve o amor em seu clímax, elevando-o ao status paradoxal de ser tanto científico quanto religioso. Ciência e religião são dois pilares da humanidade que alegam autoridade sobre a verdade em questões mutuamente excludentes, e o BTS, apaixonado, afirma que o amor é sustentado pelos dois.

O vídeo fala de outro tema ligado à ciência e religião – as estrelas. O imaginário celestial torna-se presente, com o grupo aparecendo entre as estrelas da galáxia e dançando em frente a uma grande lua.

“Meu DNA me diz que é você que eu venho procurando”, a letra diz, confiante de que “tudo isso não é uma coincidência”.

Estágio 3: “Her”

Na faixa final de “Love Yourself: Her”, percebe-se que o BTS já passou pelo encantamento inicial do amor, reconhecendo, agora, suas complexidades irônicas.

“Nós estávamos procurando por amor”, começa o hip hop. Cantada no passado, a música já aponta para o início do fim de um amor: “Você significou tudo pra mim”.

“Talvez para você, eu sou amor e ódio, céu e inferno, orgulho e humilhação”; a letra fala sobre as duas facetas do amor, proporcionando um contraste com o êxtase incessante de “DNA”.

O que vem depois, então, entende-se como o erro fatal: “Eu nunca posso tirar essa máscara. O homem atrás dessa máscara é alguém que você não conhece”. Ser amado neste relacionamento significa esconder-se atrás de uma máscara.

“Love Yourself: Tear” (2018) revela o processo de deixar de amar

Estágio 4: “Singularity”

Como “Serendipity” foi para “DNA”, “Singularity” funciona como uma introdução a um tema mais extenso da faixa principal, “Fake Love”.

O arco romântico do protagonista alcançou o ponto da singularidade – talvez haja uma brincadeira com as palavras entre o sentimento de estar por si só e o termo científico que descreve um ponto onde as coisas não ocorrem mais previsivelmente.

A letra fala sobre o surgimento da “dor fantasma” do amor.

O relacionamento é sustentado a um preço: a perda de si. “Perdi a mim? Ou ganhei você?” canta V sentimentalmente junto a uma melodia de jazz, consciente de que não pode ter os dois cenários.

No videoclipe, máscaras brancas voam em torno de V enquanto ele segura uma flor do tipo Smeraldo (uma flor ficcional – bonita, porém falsa), outro símbolo de disfarce. O personagem de V no clipe parece ter compreendido que seu amor depende da capacidade de enganar a si próprio.

Estágio 5: “Fake Love”

O BTS começa a falar sobre frases sugestivas como “mentiras bonitas” e “apagar a mim” relacionadas ao amor nessa faixa poderosa que está impactando a indústria musical mundial.

O refrão admite o desencantamento: “Eu estou cansado desse amor falso”. (Apesar do tom negativo neste verso, você pode nunca cansar do BTS cantando sobre “falso amor”.)

Olhares vazios, objetos quebrados e cores sombrias caracterizam o videoclipe. Opondo-se ao laranja brilhante e as mechas turquesa dos cabelos em “DNA”, todos os membros estão com cabelos pretos. A iluminação é, definitivamente, mais escura e não há quase sorrisos, a exceção do pequeno riso momentâneo de SUGA enquanto ele assiste o quarto ser tomado pelo fogo no minuto 4:17 do vídeo.

“Eu brotei uma flor em um sonho desesperançoso”, a letra conta. Em vão, Jin tenta cuidar de uma flor enquanto tudo à sua volta se desmorona.  A flor transforma-se em cinzas, seguida por seu total desaparecimento. O ambiente é inundado em torno de Jimin enquanto ele encara o nada, e o fogo consome SUGA enquanto este o contempla, imóvel.

Estágio 6: “Tear”

O encerramento do romance é simples e claro, como evidenciado na última faixa do álbum. “Rompimento” é a primeira palavra da canção.

“Você uma vez foi a minha querida”, mas agora “você é minha lágrima”, canta RM. “Você teria me amado da mesma forma se eu lhe mostrasse meu rosto limpo, o rosto que só eu conheço?” ele pergunta, pensando sobre o fracasso do amor.

“Rompimento é o preço que eu tive de pagar no final do meu show” a letra diz, sugerindo o que acabou com o amor.

O ceticismo substituiu a confiança inicial: “Todo o começo tem um fim”.

Enquanto canções de amor são abundantes na cena de música pop, é reconfortante saber que existe uma canção do BTS para cada estágio do amor, até mesmo para os momentos complexos de se definir como “parcialmente apaixonado” e “começando a sentir incertezas”.

 

O BTS é, talvez, um dos poucos grupos que fazem o sentimento de deixar de amar soar tão sonhador quanto a sensação de se apaixonar.

 

Fonte: The Korea Herald
Trans: eng-ptbr; clau @ btsbr

Artigos | por em 19/07/2018
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